O fenómeno da noite, versão aves.

Poderíamos pensar que somos todos apenas homens e mulheres. Mas, no que toca a saídas à noite, somos todos um pouco bichos. E que melhor dia que a 6ª feira para falar disto? Só um Sábado, mas amanhã vou ter mais que fazer.

As Águias.
Sempre de antena no ar. Não há espécime que passe que não tirem o raio-x e façam o prognóstico mental. Fáceis de identificar, são sempre os que páram o que estão a fazer (inclusivamente, sacrilégio, parar de beber) para olhar condignamente. Normalmente, irão ficar só pelo olhar, mas quando atacam, não dão hipótese.
(A menos que seja a Águia Vitória, que foge, tadinha)

Os Pavões.
Eles não vão para ver, vão para ser vistos. À semelhança das águias, contudo, estão sempre atentos a quem é que está a olhar. Se ninguém estiver, entram em depressão e dizem que têm cenas em casa para ir fazer.

Os Catatuas.
Não só fisicamente se tentam assemelhar a uma, como são aqueles que saem sempre em grupo...com espécimes mais feínhos. Ou seja, estão ali para se destacar por comparação, dirigindo os seus esforços a presas em grupo.

Os Abutres.
Costumam dar-se com os Catatuas, que, depois de se garantirem com alguém do grupo-presa, deixam os restantes à mercê de um ataque abutriano sem qualquer misericórdia. Tipicamente invasores à força do dance space das suas presas, tentam andar tão perto, que é comum chegarem a casa acompanhados apenas por uma embalagem de Halls mel e limão.

Os Pombos.
Estes tipos são os que saem única e exclusivamente para comer e beber. Mais do que impressionar quem quer que seja, estão lá para fazer merda, não se importando onde. Se acabam a noite sozinhos? Provavelmente sim. Mas dormir num jardim municipal pode fazer bem às costas e, a bem dizer, estão logo ali de manhã para comer um pão com chouriço acabadinho de sair.

Os Papagaios.
São do social. Não conhecem a malta de lado nenhum, mas 5 minutos depois são os melhores amigos do mundo. Pena é não se calarem. No fundo, eles só querem que gostem deles, dizendo que sim a tudo, ou até repetindo o que lhes é dito por outras palavras, para parecerem estar sintonizados na mesma onda. Não estão.

Os Periquitos.
Sabem aquele casal que vai para meter nojo aos solteiros desta vida? São estes. Facilmente identificados por estarem colados um ao outro por uma parte do corpo, não se largam e não se coíbem de expressá-lo.


E com tanta conversa de pássaro, bichos que não gosto, atentem, tenham cuidado para não acabarem de manhã transformados, inadvertidamente, em alpiste.