30.12.12

Back in tha day...


Longe vai o tempo em que as mulheres viviam contentes e submissas a toda e qualquer vontade do seu homem. Acredito que eram tempos mais fáceis para os homens, se a Natureza permitisse uma genitália adequada aessa vida de sopas e descanso.

Cozinhar, limpar, cuidar das crianças, arrumar a casa, tratar da roupa, entre outras tarefas, supostamente completavam uma mulher e faziam-na sentir realizada ao cumprir os seus deveres de boa dona de casa.

Hoje vivemos uma realidade diferente. As mulheres trabalham, educam, limpam, ganham dinheiro, têm poder de compra e, mais importante que isso, certas expectativas em relação ao papel dos homens na dinâmica familiar.
O tempo do bem-bom acabou em muitos lares e é hoje uma raridade encontrar uma mulher que se sinta feliz em servir o esposo sem hesitações ou demasiadas perguntas.

Para uns, estes tempos antigos, tão sexistas, eram os melhores dos tempos.
Eu continuo a achar difícil, mesmo naquela altura, uma mulher se sentir feliz apenas com o papel de dona de casa. Uma empregada, no fundo, que serviria para trabalhar em casa e resumir-se a esse papel, não tendo a liberdade de ser mulher, apenas o dever de ser casta e perfeita.

Acho, definitivamente, que estamos muito melhor agora.

12 comentários:

  1. Felizmente muito melhor mesmo ;)

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  2. Concordo contigo - em teoria, estamos muito melhor agora porque agora a mulher é muito mais que uma dona de casa que tem que ser perfeita. No entanto, não posso deixar de achar chato (eufemismo) que, actualmente, a mulher continue a ter, em muitos casos, atribuído esse papel de limpar, lavar, cozinhar, cuidar dos filhos, etc, etc, para além do trabalhar fora. Vendo colegas minhas que ficam a trabalhar até às 7 da noite no escritório e, em casa, cozinham até às 23, fico a pensar que raio de sociedade mais equalitária afinal é esta!

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  3. Tenho um caso na familia assim. Alguém, hoje com 80 e muitos anos, que abdicou dos seus sonhos em prol de um marido porque a sociedade assim o impunha e porque niguém a ensinou a viver de outra forma. O marido, esse, ainda hoje não estica um braço, nem para alcançar um jarro de água a poucos centrimetros. Sem dúvida, um conforto nesse aspecto. Depiis há os silencios incomodos de quem não é feliz, o choro baixinho à noite, as queixas em surdina. Ninguém ali é feliz e ninguém o diz.

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  4. Concordo com a B.L. É preciso ver que nesse tempo, o marido era o principal ganha pão da casa portanto era justo que a mulher fizesse a sua parte cuidando das tarefas domésticas (ou dirigindo o pessoal, em alguns casos) proporcionando um bom ambiente familiar e educando os filhos. Era aborrecido não ter liberdade de opção ou independência financeira (embora sempre houvesse mulheres que fugiam à norma) e muito mau quando o marido era prepotente e forreta. Mas pelo menos cada um tinha o seu papel e pronto. Hoje estamos tão baralhados entre a "igualdade" que se alcançou e os vícios culturais (que não se perdem em 50 anos) que vemos muitas mulheres a continuar a servir os maridos e os filhos do sexo masculino e a tratar da casa sem ajuda , enquanto TAMBÉM trabalham fora, muitas sem o luxo de uma senhora da limpeza. É um equilíbrio complicado.

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  5. Quantos casamentos infelizes não terão existido ao longo de séculos e séculos em que o papel da mulher era de submissão?

    O fim desses hábitos trouxe mais equilíbrio à sociedade, no que toca às relações entre os membros do casal, pelo menos. No entanto, ainda há muito para percorrer no que toca à igualdade de géneros. Pelo menos naquilo em que podem e devem ser igualados.

    Claro que há coisas que se "perdem" pelo caminho, mas estamos sem dúvida melhor agora.

    Uma mudança que ainda falta alcançar é um regime laboral mais flexível, que permita aos pais e mães manter um trabalho e conseguir acompanhar devidamente os filhos - não só para os alimentar e pôr a dormir, mas para acompanhar o processo educativo e formativo. Todos sabemos que os infantários privados não estão ao alcance de todas as bolsas, e que as IPSS e infantários estatais estão lotados. A pouca flexibilidade laboral e a falta de oferta de apoio à família é uma realidade nos dias que correm.

    Talvez pela educação que tive, acho que a família é um pilar fundamental na formação de um ser humano, pelo que me faz muita confusão o facto de ainda não existirem soluções mais eficazes para permitir este acompanhamento.

    Enfim, talvez mude de opinião um dia, mas, para mim, esse é sempre um dos "problemas" que ainda não foi resolvido desde a emancipação da mulher.

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  6. e ainda bem que está a mudar :D

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  7. E o JP dá toda a credibilidade que precisava para mandar dica: Qualquer concepção tem as suas falhas.

    Se por um lado era fácil ser homem nos anos 60, ser mulher não seria difícil. Nessa altura trabalhava-se muito e se o homem chegava a casa e não ajudava, não vinha da sociedade, mas sim da sua personalidade.

    Que eu me lembre, o meu avô sempre trabalhou para a casa, simplesmente, fazia o que sabia fazer melhor: arranjar o que estava estragado e melhorar o nível de conforto do casal.
    Pouco tempo depois de eu nascer, o meu pai vendeu as suas guitarras, para comprar máquinas de lavar para poupar trabalho à minha mãe e se fosse necessário cozinhar, fazia-o.

    O papel das mulheres na sociedade há 50 anos era (falando na generalidade) o de "dona-de-casa", como o dos homens era o de providenciar para o lar. Não sei qual o que traria mais pressão, pois com as crises económicas nos anos 70, muitos pais de família foram castrados.

    Sou pelo equilíbrio, mas também se perderam alguns valores positivos com o temor dos velhos fantasmas.

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  8. Eu concordom mas sabes o que é pior? É que actualmente nós trabalhamos, e fazemos tudo isso, e de alguma forma a sociedade ainda está programada para que sejamos esposas perfeitas e perfeitas donas de casa.
    Culpa? Das mamãzinhas dos meninos, essas tais, que eram as esposas "perfeitas"

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  9. Acho essa visão um pouco simplista demais. Não digo que não se adapte a algumas situações, mas na maioria dos casais com essa dinâmica que conheço (avós, bisavós, avós de amigos, amigos de avós, etc...) funcionava bem para eles. O homem tinha um emprego fora, e a mulher orientava as coisas em casa, também como se de um emprego se tratasse. Sem a parte da mulher se resumir a isso, de "ser casta e perfeita", e sem perder a liberdade de ser mulher.

    No limite, basicamente também podemos dizer que o dever do homem se resumia a trazer dinheiro para casa, para a mulher gastar com a casa e os filhos...

    Acho que os papéis se completavam em muitos casais e eram felizes assim.

    O paradigma mudou na generalidade, e a sociedade levou as mulheres a considerarem-se de certa forma inúteis se não tiverem um trabalho fora de casa... Mas em muitos casais o trabalho delas duplica: têm o emprego fora e o trabalho de casa todo para fazer. Não sei se essas em específico não seriam mais felizes só com a parte do trabalho da casa:) É que a mentalidade de alguns homens não mudou com a alteração dos direitos das mulheres, e só "nos" trouxe foi mais deveres...

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  10. Concordo, "estamos muito melhor agora"!
    Acho que poucas mulheres preferiam ficar em casa só com as lides domésticas e os filhos, se tivessem hipótese de escolha.
    A questão da igualdade de papéis ainda não é assim tão linear em muitas famílias, mas sem dúvidas que se está a avançar nesse sentido... one step at a time :)

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  11. Eu tambem prefiro trabalhar fora de casa versos ser dona da casa a tempo inteiro.
    Embora se pensar bem, faço as duas coisas, grande parte das mulheres que conheço (e algumas bem jovens) continuam a passar a ferro, cozinhar, lavar, cuidar dos filhos as vezes uma ou outra com a ajuda dos conjugues...com o acrescimo que agora tambem trabalham fora de casa.
    Não sei até que ponto foi um bom negocio. Se uma pessoa trocar um pelo outro sem duvida, mas manter os dois não é nada esperto.

    Acho que nos dias de hoje se exige da mulher a combinação de: fada do lar, mae carinhosa, funcionaria ambiciosa ,independencia , boa como o milho , sempre arranjada (ai da mulher que se desleixe) e uma deuza na cama pronta para orgias a toda a hora.

    Por mais soutians que se queimem em revoluçoes, no final...a mulher lixa-se sempre.

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