22.2.12

Conversas de bebés.

Há pessoas que quando têm filhos sentem uma necessidade enorme de gritar aos sete ventos as maravilhas da maternidade, as gracinhas dos filhos, de que cor é o cocó, quantas vezes fazem chichi, se já se sentam, tiram macacos do nariz ou quejandos.
Confesso que me intriga um pouco esta postura de viver exclusivamente para um filho, da anulação própria, da falta de gostos e interesses ou temas de conversa.
Sinceramente intriga-me essa necessidade de mudar quem se é.
E não é por não perceber o quão absorvente é ser-se mãe. Sei-o exactamente como qualquer outra.
Sei o quão diferentes as coisas ficam, o quão complicado é, o quão maravilhoso é, o que é sentir o maior amor do mundo.
Mas sei também que éramos pessoas antes disso. Não entendo a falta de noção de que existe vida para além da vida familiar.
As outras pessoas não acham graça a que o cocó do Tomás seja em "S", ou que a Maria só goste de comer estrelitas, ou que o Abel bata em todos os putos da creche.
Há uma tolerância de cerca de 10m de conversação sobre criançada. Depois acabou.
É um favor que fazem a todos.

19 comentários:

  1. Há certas pessoas que só sabem falar disso. O cocó em "S" é uma bonita imagem, e devo dizer que as pessoas que só sabem falar disso normalmente insistem bastante no tema do cocó.

    Ou é porque não faz cocó, ou faz muito cocó, ou tem dificuldades em fazer cocó, ou tem que comer iogurtes especiais por causa do cocó...

    É algo que me inquieta.

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  2. Até tolero falar disso tudo dos bebés e dizerem todos os seus avanços a nivel motor de fala etc

    Agora pior do que isso tudo que acabas te de dizer é ter esse mesmo tipo de conversa mas com filhos que já são adolescentes !! Isso sim, tenho que respirar fundo quando me vem com esse conversa

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  3. Para não variar, como te compreendo e subscrevo!

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  4. Atençao: posso ser mal interpretado no meu comentario

    há mães a falar dos filhos ja adolescentes mas como sempre falaram desde a idade de bebés, em vez de falarem do coco falam da escola, do que o filho quer ser no futuro, que o seu filho nao fuma e nao bebe("eu nunca vi"), de que anda no balé no karaté na nataçao no que seja e é o melhor(modestia á parte). È muito lindo o meu filho, ele faz bla bla bla

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  5. A conversa do cócó em S, era um bom título para um livro.

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  6. pássaro viajeirofevereiro 22, 2012

    E depois há aqueles, mais aquelas, verdadeiros versados, que vêm derramar a sapiência sobre atributos de recém-nascidos mostrando a evidência do que para um pai normal(*), era até então completamente desconhecido.
    Ai que é tão lindo, tem mesmo a cara do pai. E os olhos? São mesmo os da mãe mas também atiram um pouco aos da tia. Ai que tem o ar do avô, ai que as sobrancelhas são as da avó, ai que os modos são os do primo, ai ai ai.
    Tudo fantasia porque um bebé ao nascer é sempre feio e horroroso e só se parece mesmo com ele. Todo sujo de sangue e de líquidos, muito vermelho e inchado por falta de oxigénio, oleoso e cheio de gorduras nojentas que se despegam aos pedaços, enfim, feio como todo o bebé que se preza ao nascimento.
    Depois e seguindo a ordem natural das coisas, vai mudando como todo o bebé normal.
    Foi o que senti ao nascimento da minha filha. Todo o mundo a gabar-lhe a beleza e eu admirado e desiludido de como tinha sido possível que de um rapaz normal e de uma mãe belíssima, tal monstrinho viesse desfear ainda mais este mundo.
    Depois mudou e hoje, reconheço, é uma criança belíssima, mas ao nascimento pregou-me um valente susto.

    (*) sou um.

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  7. É tão chato!! E depois sempre que uma pessoa tenta mudar de assunto, vão contar uma gracinha do Francisco enquanto via o noticiário ou uma coisa assim!! E se por acaso eu Às vezes me farto e pergunto se podemos mudar de assunto...levo com o : "quando chegar a sua vez e tiver os seus filhos ...vai ver que é igual!!" Bah...

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  8. Tudo verdade! Eu não tenho filhos mas às vezes acho piada a ouvir as histórias de quem os tem. Mas para ouvir falar sobre cocós e xixis, nem um santo tem paciência!

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  9. Por mim que tenhas consciência de que é chato estar-se sempre a ouvir falar das proezas (escatológicas ou não) dos miúdos, dás por ti a fazê-lo.
    Agora a diferença, é ter-se noção de que já estiveste do outro lado da "barricada" e é maçador para quem está a ouvir :)

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  10. Essa é a tuas perspectiva...normalmente as mamãs dos cócós e das febres são adoradas pelas outras mamãs dos xixis e das palavras novas...tal cm quem esta em dieta adora falar de ervilhas...
    Dito isto.
    Blheccc...acho tãooooo enfadonho que nunca mais lá metos os pés...O pior são as mamãs q falam disso nos blogs e depois monopolizam conversas com o mesmo assunto e nesse caso não podes fechar a página :P

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  11. É bem verdade. Suporto bem uma conversa sobre bébes e os seus avanços e pripécias. Mas quando esta se estende por muito tempo, a minha atenção evapora-se e já não oiço nada do que me dizem. Aceno com a cabeça!

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  12. Se até tu, que és mãe, o sentes... :P

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  13. Eu acho que é normal falar dos filhos... Afinal, sendo uma parte tão importante na vida das pessoas (suponho eu), é natural que as pessoas gostem de falar sobre eles. Mas concordo contigo: não é normal só falar dos filhos; não é saudável as pessoas anularem-se por causa dos filhos. Nem para si nem para os filhos.

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  14. palmas para ti...a sério :)

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  15. Julgo que é o único meio que têm de enaltecer a vida social, de se auto-afirmarem, de se integrarem na sociedade... Como se fosse uma obrigação essa obsessão pelos rebentos!
    Maior turn off não há.

    www.creampiechronicles.blogspot.com

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  16. Eu não tenho paciência nenhuma para isso... E o pior é quando vou ao centro de saúde com o G., tenho de passar a tarde toda com mães que só sabem falar dos putos. PORRRRRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!

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  17. Susbcrito! EU também sou mãe e também falo dos meus filhotes, com conta peso e medida que é coisa por norma falta! E principalmente recusei-me a anular-me, a deixar de ser mulher apenas porque fui mãe (duas vezes) :)

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