21.9.14

Malta que pira com a gravidez.

Toda a gente conhece pelo menos um caso, o que nos leva a crer que:

 a) é mais frequente do que parece
 b) as hormonas são lixadas

  • O primeiro sinal normalmente é a panca extrema em partilhar tudo o que faz parte do universo do bebé. Dica: postar foto da fraldinha suja do petiz não é fixe.
  • Outro sinal deveras evidente é a perda de sentido de humor. Não sei que desarranjo cósmico é esse, mas pelos vistos piadas tornam-se em temas sensíveis passíveis de debate. Numa hora estamos a fazer piadinhas sexistas, na seguinte o marido está a apanhar metaforicamente (ou literalmente) nas orelhas, mesmo tendo estado o tempo todo calado.
  • Passam a existir palavras tabu como "amamentação", "epidural", "cesariana", ..., sob pena de se verem num filme de 3 horas do Terrence Malick, sem possibilidade de escapatória.
  • Tornam-se gráficas. No mau sentido. Ninguém, repito, ninguém quer saber como foi o vosso parto. As pessoas que vos perguntam isso têm apenas uma curiosidade geral, à qual devem responder "cada caso é um caso" se quiserem que as pessoas continuem a querer ter bebés.
  • São sempre fontes sentimentalóides a transbordar de amor pela cria. Pessoas: nós amamos incondicionalmente os nossos filhos, não precisamos de "cartas abertas" a putos que só daqui a 6 anos vão saber ler.
  • Arranjam um hobbie inesperado/imprevisível como tricotar cachecóis de lã ou aprender a fazer malinhas de verga. Não é que não seja porreiro, mas a desculpa do "ajuda-me a relaxar" preocupa-me que aos 30 pareçam senhoras de 60.
  • Soam ressabiadas. Toooda a gente tem uma vida melhor, tooooda a gente anda sempre empinocada, tooooda a gente tem dinheiro para férias, toooda...a gente não quer saber que poderão estar frustadas com certas realidades da vida adulta responsável. Newsflash: toda a gente tem problemas, boa?
  • Ficam extremistas. Porque a alimentação tem de ser assim, porque eu faço assim, porque como eu faço é melhor. Nunca sabemos que assunto vai despertar a tirania interior.
Posto isto, sim, é uma altura complicada para qualquer mulher, é um processo que é mais fácil para algumas mães que outras e, mesmo com hormonas aos saltos e laivos de tirania, ser mãe merece todo o nosso respeito. (Mas lá que é chato levar com isto, é).

7 comentários:

  1. ahahah "Soam ressabiadas" é um mal muito comum, é!

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  2. Burra fui eu que não aproveitei a minha gravidez (santa, sem enjoos e sem chiliques) para dizer umas quantas verdades e outros tantos exageros à boleia das alterações hormonais e da respectiva hiper-sensibilidade. Tenho ideia que às grávidas se permite muito despautério a coberto das suas alterações hormonais que de outra forma não seriam consentidos.

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  3. Integrado no 4º ponto: hemorróidas (ou hemorródias para os amigos) é tema obrigatório! Tenha-se as ditas ou não, tem que se falar disso porque é mal de grávida/recém-mamã/mamã-estragada-lá-em-baixo-para-o-resto-da-vida-e-que-secretamente-culpa-a-cria-por-nunca-mais-poder-cagar-direito.

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  4. Li a palavra "verga". Ri-me alarvemente.

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  5. Grávidas e recém mamãs ressabiadas são qualquer coisa de insuportável. "não tenho tempo para mim", "Ah quando tiveres filhos vais ver nunca mais vês um filme, lês um livro ou tomas banho como deve ser".

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