Há alturas na vida em que nos sentimos um pouco à deriva.
É como se fôssemos capitães de um barco, que habilmente conduzimos até ao momento, conseguindo desviar de rochas capazes de nos destruir o casco e ultrapassando tempestades maiores.
Mas então...é como se quiséssemos que alguém segurasse no leme um bocadinho.
Aquele tempo só de fechar os olhos e deixar-nos embalar pelas ondas.
Descansar.
Sem medo de abrir os olhos e termos encalhado numa ilha qualquer, nem com o Sexta-feira como companhia, só palmeiras e muita areia nos olhos.
Há alturas assim, conto-as pelos dedos das mãos, não foram assim tantas, mas sei que chegam e vão com a mesma cadência.
É apenas esperar, respirar fundo, às vezes parar um pouco e ver as coisas com maior clareza.
Mas então é como se quiséssemos mesmo só confiar onde o vento nos leva, acusando aquele cansaço de sentir que tudo se controla, essa miragem digna de tesouros em arcas enterradas.
Às vezes é mesmo só fechar os olhos um bocadinho e confiar.
Sei bem o que queres dizer! E também eu gostava imenso de poder dar-me a esse luxo (neste momento para mim é um luxo vê lá tu como as coisas andam)
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