Aquele buraco da Friendzone, para as meninas.

Engane-se quem ache que só os pobres moços incautos e fofinhos são redireccionados para esse buraco negro que suga toda a hipótese de luta livre pelada e uma relação como deve ser. As meninas também sofrem desse mal.

Dizem-nos que os meninos não querem ser apenas nossos amiguinhos, mas sim esperar pela oportunidade de um dia serem chamados do banco de suplentes para jogar aqueles 10 minutos finais, onde podem ter a hipótese de brilhar, ou acabarem para sempre no esquecimento, vendidos no final da época a um Portimonense.

Isso é um pouco verdade, mas não é toda a verdade.

Infelizmente, não há cá receitas mágicas para deixar de se ser vista como "aquela gaja porreira", ou "aquela miúda que vai beber jolas connosco". O karma das miúdas amigas-para-siempre é o de ouvirem os amigos engraçadinhos queixarem-se de aturar meninas snobs e mimadas, todas elas alta manutenção. Um pouco como quando eles passam horas a ouvi-las queixarem-se dos cabrõezinhos, dizendo que anseiam por um moço que as trate bem, mas depois acabam sempre na cama de um parvalhão.
Vá-se entender.

Ainda ninguém percebeu a fórmula mágica de algumas pessoas nos falarem ao coração sem serem precisas grandes coisas. Não sabemos muito sobre esse fenómeno, apenas que acontece poucas vezes e, normalmente, com timing lixado. A verdade é que quando isso acontece a vida tem um sabor infinitamente melhor.

A única coisa que posso dizer é que a friendzone não dura para sempre. Se aquele môce não vos passa cartão, outro haverá que ache que lhe calhou a sorte grande. O bife sola de sapato de uns é o filet mignon de outros.

Nos entretantos, é cultivar o melhor que esta vida nos dá, que são as pessoas que tornam os nossos dias melhores, os amigos, a família, todas aquelas pessoas que fazem a diferença e, especialmente, nós mesmos.

(e que nos aturam as crises de divas emocionais como ninguém, sabendo que esta vida está cheia de dias lixados, mas quem interessa, está lá sempre)