Porquê, a sério?!

Há coisas que mexem, verdadeiramente, comigo.

Uma delas é aquela mania irritante de algumas pessoas em meter o dedo no umbigo. Atenção, o umbigo é capaz de ser daquelas partes do corpo que nos merece menos carinho ao longo da vida. Tal o é, que acredito criar-se ali um efeito Pandora, que quando alguém escarafuncha lá, nunca se sabe bem o que se vai encontrar - e não, nunca é algo bom.

As férias, o calor, as praias, as piscinas...é todo um habitat onde, com algum poder de observação, facilmente podemos ficar enojados com o comportamento humano. Quando não são as pitas que conseguiram que os pais pagassem as férias ao seu namorado sério de 3 semanas a espremer pontinhos negros nas costas desse moço, que entretanto solta uns ai's e ui's especialmente másculos, são as tais pessoas que levam a cabo todo um ritual à volta da sua barriga: começam por, claro, estar sentados numa daquelas cadeirinhas de praia, que vai rangendo baixinho prestes a dar de si com o peso do seu ocupa. Depois é o roçagar e o puxar gentilmente os pelinhos que Nosso Senhor, fofo, espalhou generosamente pelas barrigas fartas dos ditos. É todo um clima que se vai gerando, para culminar no clímax da penetração do mindinho no "imbigo". O mindinho roda e roda por ali, como se aquele pesadelo nunca fosse acabar. Mas acaba. 

Aqui chegamos ao momento - ainda mais - perturbador: levar o mindinho ao nariz e cheirar.

POOORRQUUUÊEE?!?!?!

Não satisfeitos, temendo ter esquecido aquele cheiro, decerto maravilhoso, com igual equivalente, na certa, a rabinhos de bebé acabadinhos de lavar e passadinhos com água de colónia, insistem em cheirar e cheirar até gastar o cheiro.

Repetindo religiosamente este ritual, dá-se uma espécie de continuidade no conforto que abraça os 5 sentidos do macho, eis senão quando, passa o moço das bolinhas de Berlim e - aí - há prioridades!

A mesma mãozita que ainda há segundos explorava todos os contornos desse buraco negro de sarro, agarra avidamente a bolinha com creme, levando-a à boca.

Delicatessen.