Ah e tal o que andas tu a fazer nas férias.

Se fosse espetar aqui com fotos destas belas salsichas com o mar no horizonte era ser má.
Não sou, sou um docinho. Conto-vos antes o meu primeiro dia oficial de férias:

Acordar com as galinhas e remar até pertinho de Oliveira de Frades.
Contente e segura, achando que ia fazer uma espécie de canoagem pelo rio, desafiada pelo meu primo.
Após uma caminhada fofinha com uma inclinação de 90º durante uns bons 10 minutos, lá saltitei entre pedras, calhaus e seixos, qual rã airosa, cheia de espírito aventureiro.

A coisa descambou quando chegamos a um vou apelidar carinhosamente de PRECIPÍCIO.
Uma coisa para ter quase 40m de altura, uma mini-catarata e calhaus do tempo dos Afonsinhos.
Após segundos de reflexão, vontade de soltar uma pinguinha, ou correr para trás e ser para sempre apelidada de mariquinhas, acerquei-me das cordas, inclinei-me para trás e lá fui eu.
Digamos que a meio da coisa, ainda com uns 25m para descer, ostensivamente a adorar aquilo, grito ao meu primo:
ODEIO-TE!
Desci o resto com a certeza que, apesar do ginásio, continuo uma lingrinhas de braços e não tenho força para nada e, bem, o meu sentido cinestésico continua uma merda, porque equilíbrio não é comigo.

A custo concluí a tarefa, certa que não poderia piorar.
Até chegar a OUTRO precipício, este com quase 50m.
Amei.
Resumindo e baralhando, acabei por chegar ao fim, depois de nadar em "cachuéiras" naturais, saltar de rochas de 5m para a água, perder metade da sola da sapatilha e magoar o pulso.
Exausta, mas de tarefa cumprida e já em descompressão final, o meu primo acha por bem contar a história da senhora que no ano passado MORREU a fazer aquele percurso.
A amar, mais uma vez.

Malta, quando vos falarem em canyoning, NÃO ESTÃO A FALAR DE CANOAS FOFINHAS A DESCER RIOS.
Estão a falar disto:



(Mas visualizem uma gaja aterrorizada e que guincha em vez destes senhores muito seguros do que estão a fazer)