16.5.13

Só para começar o dia: A minha, muito própria, noção de inferno.



Estou enfiada em roupas da Punto Roma e calço crocs. Decidi maquilhar-me como uma Drag Queen pronta para o show e fiz uma mise na Marilú Cabeleireiros.
Atrás de mim está a comitiva masculina do lar de terceira idade Haja Deus, que não tocam em chicha vai para mais de 20 anos, apupando o meu andar.
Ao meu lado direito, um grupo de pitas histéricas que falam aos gritinhos estriónicos, dando conta que, dali a 5 segundos, o local onde estou vai ser invadido por saldos na Zara.
Ao meu lado esquerdo tenho um grupo de lampiões doentes, a, entre arrotos sonoros, maldizerem a arbitragem para justificar um qualquer jogo, que ainda por cima ganharam.
Mais à frente há uma tv a dar o Alta Definição com o Vitorino a chorar, onde um grupo de Elders de pasta em punho assiste, interessado.
Está a tocar Adelaide Ferreira, com Papel Principal de banda sonora e vejo ao longe o Cláudio Ramos a abordar o meu marido, fazendo-lhe festinhas no braço e rindo das suas gracinhas.
Por cima de mim tenho um narrador omnipresente a descrever tudo isto, que é o Quimbé, terminando com o "Ela é que é parva".

Deve haver pouca coisa pior na vida do que juntar isto tudo.

3 comentários:

  1. Que pesadelo! Pior, só se metesse também o José Castelo Branco e uma piscina! Ah, espera... Isso já vai acontecer!

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    1. É aquela coisa do "vou tornar-me numa sereia", não é?!
      Me-do.

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