18.4.15

Aquele momento da vida em que pensas "yah, vou ser uma pessoa melhor!"

Nem é Ano Novo nem nada, mas uma pessoa pensa nestas coisas.
O mundo está cheio de maldade, pessoas egoístas e o Quimbé, o que é o mesmo que dizer que todos temos um percurso difícil.
Isto de se ser bom tem toda uma componente de reflexão e de colocar de lado os nossos preconceitos. Tem também a parte chata de poder dar para o torto.

Como aquela vez em que um senhor de aspecto duvidoso me ajudou a estacionar o carro e eu, contrariamente à crença de que se não lhe dermos uma moedinha o senhor nos risca o carro de um lado ao outro, tirei a moedinha com a melhor das fés.
A parte chata era que o senhor não era arrumador.

Ou aquela vez em que quis ajudar uma velhota a meter as compras nos sacos na caixa do supermercado. Não foi por ter pressa e a senhora ter um rácio de tempo/eficácia muito reduzido, mas sim porque claramente ela precisava. Só é chato quando no meio das compras há um creme para assaduras que rebenta e espalha-se na mão das pessoas que ajudavam, felizes.
Como há sempre um lado bom em tudo, fiquei com mãos de fada.

Temos outros exemplos, desde tenra idade que levo a sério isto do ser uma pessoa melhor. Não digo que me esteja a sair bem por aí além, mas já devia ter desistido há muito, porque ali pelos 10 anos ia levando uma bengalada só porque desejei a um velhinho da Misericórdia "feliz natal". Se isto não passa uma mensagem, não sei o que passará.

Jesus, portanto, quer que eu abrace o lado negro e eu começo a concordar que o preto me fica bem.

6 comentários:

  1. Não desistas. Não obstante uma ou outra bengaladas, no mundo há pessoas que efectivamente valorizam esses pequenos gestos de atenção.

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  2. Às vezes parece mesmo que praticar o mal compensa, assim e repente parecem ser as melhores pessoas as que são mais castigadas pela vida, mas acredito que o bem que fazemos acaba por nos ser retribuído se não for mais pela consciência tranquila e pela satisfação de o fazermos.
    A maioria das pessoas ajuda porque ajudar alguém dá-lhes a sensação boa de dever cumprido, é recompensador, outras fazem-no por dever ou por crença, são raras as ocasiões que as pessoas ajudam porque simplesmente faz parte delas ajudar, porque nasceram com essa caraterística, essas pessoas iluminadas e genuinamente boas tenho a certeza que mais tarde ou mais cedo a vida as recompensará. Pelo menos gosto de acreditar que sim.

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  3. Obviamente eu brinquei com algumas situações do dia-a-dia.
    Nós somos o que somos. Não somos bons para toda a gente, nem sempre. Há quem seja bom para os outros e não saiba ser bom para os "seus". Há quem faça tudo pela família e não ajude a senhora a passar a passadeira, mesmo a pedido. Há de tudo.

    A verdade é que ser-se bom e ser-se caridoso são coisas diferentes.
    Ser-se bom é em parte uma escolha e uma que não custe assim tanto a tomar. Prende-se com pequenas coisas do dia-a-dia, que não nos tiram bocado nenhum, mas que podem fazer alguma diferença para os outros.

    Pessoalmente, faz-me espécie a caridade para inglês ver, o "vamos todos agir de forma muito pública para que o mundo saiba o quão bonzinhos somos". Irritam-me as "férias em África", a sermos todos muito amiguinhos dos meninos, agora vestidos com t-shirts do Ronaldo.
    Não é que ache que merecem ou precisam mais ou menos que o sem-abrigo ali em Lisboa. Não sou eu, nem ninguém, que deve julgar a necessidade de uma vida humana. Mas tenho uma opinião muito clara sobre as pessoas que querem ser estrelas à conta da caridade dos outros.

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  4. Como te compreendo.

    Por isso é que não ajudo ninguém. Assim não me sai o tiro pela culatra (até porque não gosto de armas).

    Não, estou a brincar.

    Ajudo, sim. Quem me paga.

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  5. Ou aquele desgraçadinho que te vem pedir ajuda para comprar um medicamento, com a receita do médico na mão. Tu ajudas e passados dois minutos encontras o mesmo desgraçadinho a comprar tabaco no quiosque ao lado com o dinheiro que lhe deste.

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  6. No good deed goes unpunished...

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