28.1.15

O maravilhoso mundo das festas infantis.

O mundo evoluiu muito desde as minhas festas infantis.
Olá Rosa Cueca dos anos 90, com camisa com gola de bordadinho da Madeira, óculos de massa às corzinhas, collants de lã azuis escuros e saia ao xadrez de pregas, ansiosa por ouvir o último hit dos Mini-Stars e que dizia, cheia de propriedade: eu não gosto dos Excesso e o Tom Cruise NÃO é o meu ídolo.
 
Hoje em dia há "temas", os putos parecem-me mais selvagens, os pais aparentam estar medicados e não os censuro, e todos, absolutamente TODOS, temos de ter uma selfie.
Caso contrário, como é óbvio, não fomos à festa.
 
Eu sempre desconfiei que o motivo para sermos algo histéricos em festas de aniversário eram as bebidas demasiado doces de ananás com "borbulhas" e essencialmente a ausência total dos nossos pais para nos controlar.
 
Havia toda uma liberdade em dançar ao som da Lambada, simultaneamente não compreendendo o fascínio do "avô" do aniversariante, que ficava na cadeira a ver o videoclip, durante as suas funções de "cuidador de crianças", enquanto a mãe fazia mais uma taça gigante de Serradura, que contribuiría em larga escala para desarranjos intestinais infantis Domingo a fora.
 
Se pensarmos bem, é uma sorte essas festas não acabarem em tragédia, pois todos sabemos que o avô iria a) adormecer, b) necessitar urgentemente de meter um comprimido debaixo da língua porque mais um balão rebentou de forma inesperada ou c) ambas.
Não se faz isso a quem já só precisa de algum descanso e enfermeiras jeitosas na vida.
 
Ainda no capítulo "algo poderia correr mal", lembram-se como as festas eram sempre na garagem? A sério? Vamos mesmo comer gelatina e cheirar a última mudança de óleo?
Sei que éramos crianças pouco limpas, mas, vá, ao menos que nos enfiassem a todos na sala.
Todos sabemos que é na garagem que se escondiam: a) as ferramentas de trabalho do pai e b) coisas que exercitavam a "ferramenta" do pai. Ambas: pouco seguras para crianças menores.
Antes que se interroguem, o pai, obviamente, estava no café ao lado de casa a ver o Benfica e pouco preocupado com as suas revistas de páginas coladas, que agora circulavam, sem o seu consentimento, por mãos de petizes pré-púberes.
 
Fazendo uma contra-pausa última que o texto já vai longo, hoje em dia há as famosas e "importadas" piñatas, que me parecem um conceito vencedor e indicador de avanço de mentalidade entre os miúdos, já que, antigamente, só o Zé Luís apanhava até dar os doces que tinha nos bolsos.

14 comentários:

  1. até parece que sinto o cheiro dos rissóis de camarão e consigo trincar o açúcar do bolo de bolacha da minha mãe... ahahahahah a lambada, esse hit tropical... garagem não tinha, era mesmo na sala e com sorte com sorte jogávamos ao quarto escuro

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    1. Não condeno o quarto escuro, porque funciona com a mesma máxima dos programas de talento:
      O jeito vem às vezes de onde menos se espera.

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    2. Nota 2:
      "não precisas ver para sentir" também poderia adequar-se.

      Nota 3:
      Utilizar açúcar em pó em vez do granulado ;)

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    3. não creio que açúcar em pó fosse uma opção corrente das donas de casa dos anos 80/90... e olha que não era uma queixa, eu gostava daquela textura... ainda gosto. Meta pra canto muito gourmet e gluten free deste milénio

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  2. Humm garagens?!?! Eu sempre fui a festas dentro de casa e com acesso à RTL da altura.... que davam filmes jeitosos, não eram precisas as revistas do pai (que por acaso nunca teve... acho)
    O que mais me lembro dessas festas eram as malhas com bonequinhos, as calças de ganga cintura alta, os M&M e Maltisers aos molhos, as brincadeiras loucas em cima das mesas, as lutas, e principalmente...todos brincavam com algo... não é como agora que se metem a um canto a mexer no telemovel ou a jogar no tablet!!

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    1. "as brincadeiras loucas em cima das mesas" ..há quem diga que quem sabe não esquece.
      Sua maluca!

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    2. Amiga... nunca brincaste em cima da mesa quando eras pikena? não sabes o que perdeste. Qual quarto escuro qual bate pé.. ali aprendia-se muito... principalmente... manter o equilibrio para não cair da mesa.
      Mas... estavas a pensar no quê mesmo?!?!?! Depois dizem que os homens são todos iguais!!!! :P
      Aqui vai uma foto com bolinha vermelha. Mostra o que nós faziamos nesse tempo. Não aconselhavel a pessoas com coração fraquinho.
      http://im.r7.com/record/files/2C95/948F/3ACF/8291/013B/0476/7711/597E/7_isis.jpg
      :)))))

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  3. Ó menina Rosa Cueca, onde anda o Sr. Dexter?

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    1. Normalmente mantenho-o algemado numa cave, a ver videoclips da Ruth Marlene e sem acesso à net.

      (no tempo em que ela ainda era boa, sou má, mas nem tanto).



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    2. Logo vi....esse malandro nunca mais deu sinal de vida!! :)

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    3. Pedro, consegui sair da cave e vim aqui ao PC dizer que ainda estou vivo e pedir AJUDA!!!!

      Na realidade, perdi a paciência para blogs, o que, adicionado ao facto de me ter esquecido da password de acesso ao blogger, tem contribuído para ainda não ter tido coragem de voltar à blogosfera. Pode ser que um dia destes dê um arzinho da minha graça.

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  4. Sinceramente, não sei se as actuais serão melhores! Nessa década brincava-se mais. Estou a ficar nostálgico :)

    http://153040.blogspot.com/

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    1. Isso é porque ias às mesmas festas que o Paulo Nunes.

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  5. No meu tempo já haviam pinatas, eu tinha uma vizinha que era venezuelana e fazia sempre :)

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