27.6.13

Sonhos recorrentes.

Uma das coisas que mais queremos, enquanto não somos confrontados com as leis da física, é voar.
É algo com que sonho de forma recorrente. Não é bem um voar icariano, é mais um planar a meu bel prazer.
Tenho uma ligação muito próxima com a liberdade. Detesto sítios fechados, pequenos, com pouco ar, com pouca luz. Gosto da ideia de fuga, de vontade, de ir onde se quer, bastando um pequeno esforço imaginativo.
Gosto de ter estes sonhos. Não tenho asas, ou me assemelho a qualquer pássaro, sou simplesmente eu, mas com a mesma capacidade das bolas de sabão. Recordo-me que, quando a minha avó morreu, pensei que o lugar onde estaria seria assim, um sítio onde ela pudesse, serena, ser livre, olhando para os cá de baixo de forma condescendente, sabendo que todos, ciclicamente, repetimos os mesmos erros uns dos outros.
Assim, hoje cerco-me das coisas que me evocam esse estar: a pulseira com asas, os pássaros e a gaiola. Numa trindade que me relembra sempre o quão bom é estarmos tão em paz, que a nossa realidade já não nos aprisiona, antes nos dá a hipotése de sermos, irmos e fazermos.

Um comentário:

  1. Por vezes tenho esse sonho. Mas quando reparo que estou a voar, pouso e por mais que faça não consigo "descolar" novamente. Frustrante!

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