O mito do homem ideal.

Começo a pensar que o homem ideal é como as vaginas, cada uma tem a sua e não há duas iguais.

Ou seja, apregoamos muito aquilo que gostamos num homem, para que seja o ideal, quando, no limite, vamos acabar com um tipo que em nada tinha a ver com essas conjecturas nossas, mas tem a particularidade de gostar de nós.

Podemos dizer que queremos um homem bonito, atlético, simpático, com humor, charmoso, sensível e, se não for pedir muito, bom na cama. Fazemos o floreado todo e caímos nos clichés alto e moreno de olhos verdes, tantas vezes quantas eles na loira e com grandes mamas.

Ora, lamento, mas isto não é uma perspectiva realista. Isto é a conversa que temos mentalmente depois de devorar umas quantas comédias românticas. Juro que acredito que só servem para estragar as relações actuais e condenar as futuras, colocando expectativas irrealistas na cabecinha da malta e fazendo-nos acreditar em coisas como o "destino", para justificar a continuação de um stalkerismo a um tipo a quem se acha muita gracinha, mas que na verdade ele simplesmente não te liga porque não quer e não há qualquer intervenção de entidades superiores para alterar isso.

Assim, por um mundo mais justo, olhem para onde não costumam normalmente olhar, tentem ver algo de que gostar, nas pessoas que, coincidentemente, estão sempre aí para vocês, deixem de esperar a sms do tipo que engataram junto ao bar após dois whiskey cola e, bem, aceitem a ideia de que todos nós temos algo que alguém vai gostar. E um dia alguém certo nos vai escolher.