Tenho uma mente muito cinematográfica e apraz-me pensar o que raio aquelas milhares de vidas que passam no mesmo local e se cruzam todos os dias têm para contar.
Gosto de perceber as despedidas que se fazem em que não se diz nada do que se queria mesmo dizer, dos encontros com um abraço apertado de quem se quer sentir mais perto dos braços de outra pessoa.
Daqueles que vivem ali, como se se demorassem nos dias por não ter uma casa onde voltar. Daqueles que arrastam mais o andar para demorar mais 5m até voltar à realidade.
Gosto do ar pensativo espelhado na cara das pessoas, que aproveitam aqueles minutos diários para pensar que falta comprar leite para a despensa e que o sorriso dele é o mais bonito de sempre.
Gosto mesmo das pessoas que se riem para dentro e se vê no olhar que estão a pensar num lugar bonito.
Gosto do sentido, das linhas, da rapidez, que ao mesmo tempo consegue mudar o ritmo do tempo que passa.
E eu sei que é só um sítio onde as pessoas se amontoam, onde tentam passar mais um dia, onde o que vai espelhado na cara é a desilusão de um nada relevante, sem uma emoção que nos moa devagarinho, onde todos chocam uns nos outros e ninguém pára porque já ninguém se prende a ninguém numa multidão.
Mas eu ainda consigo ver o imponderável.
Sliding doors...
ResponderExcluirRealmente o metro é uma boa metáfora para encontros e desencontros. Estamos muito próximos, mas ao mesmo tempo, abstraídos da presença dos outros. De um assento, esquecidos e irrelevantes, pensar que num olhar entre dois amigos pode estar mais alguma coisa, ou não. Que podem estar ao nosso lado pessoas que gostaríamos de conhecer e, somos chamados à realidade de repente com um "Santa Apolónia, estação terminal", tudo acaba alí. Amanhã conhecemos outras pessoas e o metro é só metro e as pessoas boas são dispensáveis, bem como o vulgar doidinho que anda por aí. Ver o imponderável? "Adesso che ho perso la vista, ci vedo meglio e di piu"
O metro é o paraíso dos carteiristas e um verdadeiro foco de contágio gripe A.
ResponderExcluirCuidado com os encontrões, por vezes há gente bruta.
Não te quero a andar de metro. Estás a ouvir?
PS. Sabes o quanto gosto de falar de muxxxi, muxxxxiii, mas deixemos isso para as nossas conversas de gaja. Também já estás habituada a que eu não comente nada de jeito. É só mais um comentário parvo….. e sim eu leio os posts
Nunca se sabe o que pode acontecer numa carruagem do metro...
ResponderExcluirAndo de metro todos os dias.. carteiristas já os conheço á distância... mas o post está perfeito...mas é uma desilução que assim seja.. sinais dos tempos...
ResponderExcluirExcelente post. Penso nisso todos os dias, seja no mtero ou no comboio, já que me cruzo com as mesmas caras todos os dias. E digo mesmas caras, pq n passam disso. É estranho veres a mm pessoa durante larogs meses e n a conheceres. Mas mm assim consegues ver se está triste, se está feliz, se está preocupada...
ResponderExcluirE mesmo quem n conheço, gosto de fazer esse exercício mental e tentar imaginar quem será aquela pessoa, que histórias terá p contar.
E eu próprio, que faço 2 horas de transportes públicos por dia, penso num pouco de tudo...acaba por ser um retiro lol.
O que farias... se numa carruagem do metro, um desconhecido te entregasse um mapa da cidade de Lisboa e nele, estivesse indicado o seu nome e contacto?
ResponderExcluirEu gosto das estações de comboio e dos aeroportos.
ResponderExcluirSão os sítios onde as emoções são mais genuínas e sentidas...
O metro suscita desses pensamentos, principlamente pq muitas vezes nem sei para onde olhar devido ao nada haver para ver pela janela.
ResponderExcluirCostumo andar de metro poucas vezes, mas normalmente sozinha e tb me ponho a olhar para as pessoas para os seus movimentos, imaginar qual o seu nome, profissao, estado civil, etc.
E ja me apaixonei numa carrugem do metro, é verdade! Ele era alto, moreno, barbinha de 2 dias, olhos verdes, lindo, sorriso branqinho e alinhado e pisou-me, mas pediu desculpa com muito jeitinho.
Assim gosto de ser pisada LoL
Luís, há sempre alguém a partir e alguém a chegar. O metro não costuma atrasar, nós é que às vezes andamos com os relógios mal acertados.
ResponderExcluirMiss, sempre fui bem tratada no metro. Quer dizer, mais ou menos lol. Mas para conversa muxi-muxi está-se cá sempre.
WK, epá, conta-me tudo,
;)
SLB31 uma pessoa vai acreditando..
Dexter, acontece-me o mesmo, mas como vou de carro para o trabalho costumo ver é sempre as mesmas meninas à beira da estrada.
JL, Eras TU?!
:P
loira, é o meu pensamento...
Andie, qual é a linha que fazes mesmo? coffcooofff
Por acaso era loool!
ResponderExcluirMas vá... toca a responder à questão (sff)... mau mau! :p
JL, depende de muita coisa...
ResponderExcluirProvavelmente esboçava um sorriso e ficava a pensar nisso.
Não diria que ia agir, porque embora goste do pressuposto cinematográfico, preso os meus dois rins.
Um post muito giro.
ResponderExcluirParabens.
:)
As pessoas só se apaixonam nos filmes? Um olhar, um sorriso... não chega? (ok... finais felizes, sim... só nos filmes, e o resto... ignora-se só porque o desconhecido assusta?)
ResponderExcluirps: vá lá... dois rins, um rim... qual é a diferença?
Miguel, obrigada
ResponderExcluirJL, Quando eu disse preso, é mesmo preso. Não saiem daqui :P
Fazemos assim, se eu vir um senhor com mau aspecto a insistir para eu levar o mapa e ir ao sítio que marca o "x" às 23h do dia "y" eu telefono...a avisar-te que sim senhora, é amor :)
Pois eu até do Metro tenho saudades! Ó vida a minha!
ResponderExcluirAgora a sério, Dona Rosa Cueca, gostei muito do seu post, as usual. E gostei muito, também, do que o Luís escreveu. É mesmo esse o ponto: sliding doors.
Um beijinho.
Bolas... eu sabia que tinha faltado alguma coisa! Esqueci-me do ponto X! Já não vai haver amor!
ResponderExcluirPS: amor... o que é o amor?
O Amor?
ResponderExcluirComo diz o meu patrão: Ponha-me isso por escrito.
Pode ser que eu responda adequadamente...quiçá.
Eu é que agradeço Miss Glittering :) esteve muito bem a escriba, como nem sempre, mas igual a si própria.
ResponderExcluirRosa: os relógios estão certos é por outra hora. Talvez ao crepúsculo se encontrem na plataforma, no entanto vê bem e não te confundas...
PS: se quiseres eu, também prefiro com (chiii que piada má, eu sei, mas não podia ser tudo perfeito) :P
Também penso nisto sempre que ando de transportes e, não sei porquê, realmente tende a acontecer-me mais no metro.
ResponderExcluirCada pessoa tem uma história para contar. Claro que, como dizes, há milhares de outros sítios onde as pessoas se juntam, mas acabo sempre a pensar mais que cada pessoa tem a sua história quando olho à volta no metro. Talvez porque seja mesmo um "momento de reflexão", onde estamos ali e, nem que por minutos, não estamos a correr para lado nenhum.
Gostei muito mesmo deste post. Parabéns! :)
Bjs*
Gosto quando escreves assim :-)
ResponderExcluirMagnífico texto...
ResponderExcluirJá foi coisinha que me tivesse passado pela cabeça! Infelizmente nunca o escrevi! eh eh eh
ResponderExcluirGostei muito! ***
Beijinho*
Às vezes sabe bem calar o resto, e ver o que resta.
ResponderExcluirAbsolutamente incrivel como este texto descreve em tão poucas palavras a verdadeira essência do que eu acho ser, o teu ser.
Mais um post, no meio de tantos, para muitos. Para mim - talvez porque fala a minha língua - é um dos melhores que já li, de ti.
Se mais nada mostrasses de ti, passado ou mal passado, isto chegava.
Obrigada Anónimo.. Na volta até tens perspicácia :)
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