O mundo vive de perguntas estúpidas.

Como fazer sentido da nossa existência aleatória, que, com jeito, gostamos de complicar ainda mais?

Através da verdade imutável das perguntas estúpidas.

 

Nada de "de onde vimos, quem somos, para onde vamos", isso são tretas existencialistas para comunas que fumaram demasiadas cenas no Avante, mas vão de Mercedes para casa.

Falo de coisas como:

Ligarem-te e, ainda antes de poderes dizer alguma coisa, dizerem o teu nome em jeito de pergunta/confirmação.
Yup, that seems correct. Tendo em conta que:
a) tens o meu número
b) o telemóvel pertence-me
c) sabes identificar correctamente a pessoa para quem queres ligar ANTES de lhe ligares.
Parece correcto deduzir que serei eu do outro lado da linha. Mas não, podem ser aliens, esses tipos adoram escutas.

A pergunta "tens casa-de-banho". Não é "posso usar a casa-de-banho?", é, eventualmente, admitir, por segundos, a teoria de que quando tens de ir ao loo pegas num rolo de papel higiénico e diriges-te a um WC público que fica possivelmente a mais de 500m da tua casa.

O "não achas!?!?!?!?" com a cara mais escandalizada de sempre, a finalizar um argumento que dura sensivelmente há mais de 10 minutos. Se não querem a nossa opinião, ou se esperam que concordemos, coacção com olhos-de-doido/a não é o caminho a seguir.

Fazes anos a 29 de Fevereiro?! Então, mas, só fazes anos de 4 em 4 anos, é?! Ahahaha, que giro!
-.-'
É, é isso, na verdade tenho 10 anos, desculpa lá o mau jeito.

Declarar o óbvio. "Esta janela está aberta?". Ooookaaaay, a menos que estejas a dar uma de Helen Keller, se estás a sentir a brisa na cara, os cortinados a esvoaçar, e A JANELA ESTÁ ABERTA, se calhar, mas só se calhar, ela está...aberta?

À mesa "o que é isso?!".
Vamos por um momento parar, reflectir, dar graças por termos comidinha na mesa, e responder: almôndegas.
 "O que é isso?" normalmente é apenas a pergunta estúpida que antecede a que se segue "posso provar?", quando os sonsos/as sabiam muito bem o que aquilo era, só queriam era um bocado!
Assim, se querias comer disto, tivesses pedido, azarucho.

A sério: há paciência?!

A resposta é: não, não há.