18.9.14

Moral da história.

Sempre fui uma criança amorosa. Sexualmente dúbia, talvez, mas amorosa.
(Sim, culpo o meu corte de cabelo e look geral do final dos anos 80 - é trauma).
A questão é: toda a criança amorosa um dia se passa da marmita, por isso, não estiquem a cordinha.
 
Contexto:
Recreio. A hora por excelência do lazer. Ahh que dizer daqueles iogurtes de aroma de banana e do pão com manteiga? Correrias e tropelias várias? A vidinha santa de uma criança que só quer que a deixem brincar em paz...
 
Desenvolvimento:
Acontece que há sempre um ou vários putos que nos ensinam desde sempre que a vida é difícil e que não há cá pão para malucos. Fosse, efectivamente, o puto gordo que roubava o lanche dos outros, fossem os putos que não iam à bola connosco. É destes últimos que falo, ou melhor, desta última.
Havia uma menina, vamos chamar-lhe R (era Raquel, pronto!), que era minha amiga. Tendo em conta que os putos fazem amizade com a mesma facilidade que uma família cigana se reproduz, não estavam ali grandes laços emocionais cimentados, mas na boa. Brincávamos muito na nossa existência pacífica eu era um paxá de paciência, ATÉ!
 
Clímax:
Nesse dia deu para embicar comigo. Primeiro foi no recreio, onde não me deixava andar no baloiço.
Ora, a persistência é um traço meu muito característico, mas aprendi a lição valiosa de que é melhor esperar que o baloiço fique vazio e não levar com a sola de uma Adidas no nariz.
Como devem compreender, fiquei algo irritada, mas okay, tudo bem, tudo numa boa.
Entrámos para a sala e fui fazer construções de legos.
Não é para me gabar, mas aquilo era um castelo de menina prodígio eram blocos juntos a fazer um quadrado alto.
Certamente invejosa do meu futuro como arquitecta, não está de modas e dá-me um pontapé na construção, obliterando o meu esforço arquitectónico.
Só me recordo de ver tudo preto a.k.a vou partir isto tudo. E parti. Nomeadamente os óculos dela, após lhe ter dado um chapadão, pisando-os para me certificar dos estragos e virando costas.
 
 
Moral da história:
Não me lixem os meus legos e somos amigos para sempre.

18 comentários:

  1. *clap clap clap*
    É cá das minhas! Eu era uma sem sal nos dois primeiros anos de primária que levava porrada todos os dias. Chegou o dia em que me deram umas botas de inverno novas com uma biqueira dura. Virei o pico ao prego com uma rapidez que ainda hoje rapazes crescidos têm medo de me irritar.

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  2. Somos muito amigas, pois somos?!

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  3. Loool bem assim sabemos com o que podemos contar! Obrigada pela honestidade :P

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  4. +10 internets pela referência a um vídeo de educação sexual muito elucidativo.

    Como usuário de óculos durante toda a minha infância, aprendi desde cedo uma coisa: se usas óculos, então não te armes aos cágados, porque tens um ponto fraco.
    Acho que deste uma lição de vida à Raquel. Talvez hoje ela seja uma pessoa muito bem sucedida por tua causa!

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    1. Ironias do senhor: tornei-me míope aos 6 anos.

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    2. Karma is a bitch! Se calhar a lição de vida foi para ti, afinal...

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    3. Noto um ressabio aí! :P
      Hey, eu também já fui a "caixa-de-óculos"!

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    4. O meu trauma com óculos tortos devido às mais diversas situações é grande... let me beeee!

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  5. Bruta, pah! A miúda só estava a ver se tinha futuro na construção civil, área de demolições :p

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  6. Parabens a esse momento Rambo da sua infancia. Tive um assim com a R... (Renata...ai falei! :)

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    1. Renata...vê-se logo que tem nome de má!
      (Menos as Renatas que vêm cá ler o blog, essas são fixes).

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  7. Sempre disse que as Raquéis não prestam, pá.

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    1. São péssimas!
      E se tiverem óculos...PIOR! :P

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    2. Eu sou uma mole, pronto, pronto, 'sculpa. Cá beijinho!

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  8. Eu cá rasguei a orelha a um colega que me tentou enervar no Jardim Escola. A partir curiosamente, nunca mais tive problemas com colegas. (Em minha defesa: a delicadeza ainda hoje não é o meu ponto forte!)

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  9. hihihihihi. Tranquila, eu não gosto de legos e não sou de cobiçar coisas alheias ;)

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