Aquilo que não quero no casamento.

É por vezes muito complicado saber o que se quer para o dia do casamento, mas eu sei bem o que não quero, a saber:

Arroz nos olhos atirado com toda a força. Nunca fiz mal a ninguém, ok?
Maquiáge como se fosse fazer uma perninha num bar de alterne.
Missa interminável. Era chato adormecer à frente do padre.
Criancinhas a cantar no coro de igreja.
Meninos das alianças a gritar e espernear três mil vezes antes de chegarem ao altar.
Dançar a valsa. Nem tenho o jeito, sequer.
Fotos na cama, no sofá, no vão de escada, agarrada ao armário ou deitada no tapete de arraiolos. Não, não e não.
Alianças achatadas, cheias de piriquitis, em ouro branco, com risquinhas, diamantes ou o raio. Douradas, redondas, nem muito grossas, nem muito finas.
Véu até Nossa Senhora de Fátima. No máximo, curto, que não me faça parecer a última encarnação da Santa na Terra.
Soltura das pombas. Menos, malta, bem menos. Não quero bichos lá, sequer.
Powerpoint com as fotos desde criancinhas com música do Tony a acompanhar e efeitos entre diapositivos de causar ataques epilécticos. Primeiro porque há fotos que eu quero esconder ao máximo, depois, porque acho foleiro.
Cabelo preso num carrapito com molinhas brilhantes às ondas ou florzinhas. Vai solto, ok? Normal, normalzinho.
Leituras na igreja que retratam a importância da servidão do mulherio. Poupem-me ou viro o altar do avesso.
Envelopes vazio. Queridos, cada um dá o que pode e até pode não dar nada. Agora fingir que se dá é que não, ok?

E há mais..agora assim de repente eu é que não me lembro.