Conversas de mulheres.

Aquelas que se têm quando mais ninguém está a ouvir.

Eles acham-se os maiores porque longe das suas queridas falam de bola, gajas, pornografia, carros, notícias, gadjets e afins em torno de uma mesa bem tratada em termos "espirituosos".

Imaginam depois as suas fofuchas imaculadas, como Nosso Senhor quer e fez à semelhança de suas próprias mãezinhas, que nunca atentaram com nada fora das vias de Jesus Cristo, falando sobre receitas, os pitéus que lhes vão preparar, as dicas para tirar nódoas de vinho tinto das camisas, uma ocasional cusquice menos bonita acerca de uma mulher efectivamente bonita e ala que já se faz tarde e a criança tem de ir dormir e recolherão elas ao conforto do lar.

Pois bem, lamento, mas as conversas de mulheres disso têm muito pouco.

Falamos de homens, das falhas deles no entendimento e sensibilidade, da fase da vida em que estamos, armamo-nos em Doctor Love umas para as outras, falamos dos temas actuais, roupa, de emprego, crise de valores, crise económica, defendemos causas com unhas e dentes ou simplesmente abordamos futilidades. Somos o ombro e as psicólogas. Mas aquelas que nos querem bem. Não deixamos um sentimento por explorar ou uma palavra amiga por dizer. Somos especiais. Muito mais amigas genuinamente do que possam pensar.

Eles são de Marte, elas são de Vénus.