Ninguém gosta de admitir fracassos. Acho mesmo que ninguém escolhe não gostar.
Deixamos de gostar porque nos deixamos desgastar. É daquelas coisas que acontece.
Gastamos a vontade em conhecer o outro e depois gastamos os tostões atrás de fins-de-semana a dois no Wellness Center porque não reconhecemos a pessoa com que acordamos. Gastamos a confiança com medos ridículos e gastamos a paciência em sequer continuar a querer aquela pessoa só para nós. Gastamo-nos em discussões sobre quem deixou a luz acesa e depois gastamos-nos a desligar a luz o mais depressa possível para se poder ir dormir. Gastamos os programas a dois e gastamos-nos em desculpas para não admitir os silêncios constrangedores.
Deixamos de gostar porque nos esquecemos de olhar para a outra pessoa como se fosse a primeira vez. Deixamos de tentar imaginar ao que saberá o beijo. Deixamos de pensar se a outra pessoa pensa em nós também quando ouve aquela música. Deixamos de mal poder esperar para poder dar-lhe um abraço. Deixamos muita coisa lá atrás.
E há um dia em que se joga a toalha ao chão, porque sabemos que temos culpa no cartório. Porque sabemos que desistimos ou que há muito desistiram de nós - e nós deixámos.
Quem disse que ser romântica(o) é um hobby fácil de manter... para toda a vida?
ResponderExcluirBom momento de inspiração… continua assim ;)!
Bjs
é mesmo isso. eu sei bem.
ResponderExcluirDeixamos desgastar a Paixão... E quando isso acontece, tudo se desgasta, sem um retorno possivel...
ResponderExcluirBjinho*
As pessoas deixam desgastar o amor porque só pensam na conquista e quando sabem que têm alguma coisa acham que não precisam de se esforçar mais, as pessoas desgastam as paixões porque só querem receber e esquecem-se de dar. É certo que por vezes damos outras recebemos mas toda a gente se farta só de dar e habitua-se a só receber provocando equilibrismo. Chave da questão saber dar e saber receber ,
ResponderExcluirdigo eu que sou uma besta
queria dizer desiquilibrio
ResponderExcluirA besta
Será que se deixa mesmo desgastar a paixão ou que não passava de algo suave e passageiro. Quando se encontra alguém que realmente nos faz feliz, deixamos desgastar, será?
ResponderExcluirHá situações em que o ideal é mesmo baixar os braços .. Porque já é bater no ceguinho...
ResponderExcluirEstás certíssima. E um dos problemas é a habituação à falta de empenho, seja de uma parte ou da outra. Se a outra parte não se empenhar tanto como deveria ser, habituamo-nos a isso e aos poucos o sentimento vai-se esvaindo até não restar nada, até termos quase um desconhecido ao nosso lado.
ResponderExcluirO que referes é um clássico mas há um ponto importante a reter ao qual poucas pessoas dão a devida importância: a diferença entre paixão e amor. A paixão é muito bonita, um tesão regabofeiro do camandro, mas é frágil, egoísta, centrada no formal e não essência e na satisfação do que precisamos nós, mais do que precisam os dois. É pouco altruísta e assim deve ser, porque senão nós, seres humanos, não nos apaixonavamos por ninguém. O amor é outra coisa. E pode (ou não) surgir como subtexto da paixão, haja condições para isso. Se surgir está criada uma base de "fightback" para essas incontornáveis fases de desencanto em qualquer relação digna desse nome. Se não existir (ou se também tiver morrido, embora esse seja felizmente mais dificil de matar que a paixão pois também se fundamenta em coisas mais valorosas do que a dita) vai tudo com o respectivo, como se costuma dizer.
ResponderExcluirPor outro lado, e este é um tema mais sensível e incómodo... toda a gente fala de amor. Mas nem toda a gente lá chega, embora pensem que sim. Depois ficam surpresos com o trambolhão. Se toda a gente tivesse a noção mais clara e honesta do que sente existiam menos enganos e expectativas goradas. No fundo basta sermos sérios connosco e estaremos a ser sérios com os outros.
Hum é doloroso deixar de gostar de alguém... mas ainda mais difícil é ter coragem de o admitir.
ResponderExcluirFizeste-me lembrar o poema Adeus, do Eugénio de Andrade:
ResponderExcluir"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio."
Gata Escaldada, lembrei-me exactamente do mesmo...esse poema define tudo.
ResponderExcluirEu tenho medo de deixar de gostar de algo...é que dói só de pensar. U know.
A*
No inicio vem a paixão, e as pessoas cada vez mais têm o hábito de darem logo tudo, de abrirem-se totalmente e não deixar espaço para o mistério e para o conquista. Quando a paixão a acaba.. se existiu amor só este fica, e este precisa de ser trabalhado, tem muito para dar mas também precisa de receber e só se mantêm se um(a) companheiro(a) for também o nosso melhor amigo(a).
ResponderExcluirSem duvida que tens razão, tudo na vida se vai desgastando, se nós não a alimentar-mos e der-mos carinho, quantas e quantas vezes num relacionamento não está só um a lutar e isso nunca acaba muito bem. Acho que devemos dizer o quanto gosta.mos da outra pessoa quando nos bem apetecer, não é só nos postais, ou nos aniversários, tanta coisa que às vezes falhamos e nem da-mos conta que falhamos e tantas vezes que sabemos que estamos a lutar sozinhos, mas axamos sempre que consegui-mos faze-lo...!
ResponderExcluirIsso é......paixão.
ResponderExcluirSe for amor, o desgaste já passa um bocado ao lado.
é verdade. Consegues pôr por palavras o que muitas vezes não sabemos explicar.
ResponderExcluirDeixamos de valorizar as pequenas coisas... é completamente verdade =/
ResponderExcluir... e depois queremos começar tuudoo de novo...outra e outra vez. Adorei o post.
ResponderExcluirBjs
é pena.. mas é verdade..
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