16.9.13

Blue Jasmine


Este fim-de-semana foi dia de ir ao cinema, ver o último de Woody Allen.
Sendo fã assumida, confesso que este Blue Jasmine ficou um pouco aquém daquilo que esperava, assumindo-se como "comédia/drama", não chega a tocar um género ou o outro, ficando num certo limbo que não valoriza o filme.

Neste caso, temos a história de uma mulher à beira de um ataque de nervos (parafraseando Almodóvar), que se vê de repente sem a sua fortuna, o seu marido corrupto, a sua vida esplendorosa, vendo-se obrigada a mudar-se para casa da irmã, que sempre relegou para segundo plano, e em contacto directo com a pena que sente dela mesma e as neuroses que soma pelo caminho, acompanhadas pela simpática auto-medicação.
É um filme que nos mostra a habitual personagem neurótica, tentando satirizá-la, colocando-nos umas vezes do lado da personagem principal (interpretada pela Cate Blanchett), outras, opondo-nos a ela. No fundo, não vejo que nos identifiquemos propriamente, mas antes inspira-nos uma pena compreensiva, através daquela mulher completamente fora do seu ambiente e sem qualquer noção da realidade, que vive à base de álcool e comprimidos, para se evadir de uma realidade que se recusa a aceitar.

É uma crítica dura ao mundo das finanças e a Wall Street, ao show-off, à suposta caridade e à vida de aparências. Mais que isso, mostra também um olhar diferente sobre quem consideramos ser "bom o suficiente" para nós e como essas pessoas tendem a mostrar-se (ou não) à altura desse papel através de aspectos bem mais substanciais que presentes caros.

É apontado como um dos melhores filmes de Allen dos últimos anos, mas não consigo afastar a sensação de que precisava de algo mais, talvez a visita pontual de Allen aos seus próprios filmes, momentos de riso genuínos e uma maior empatia com as personagens.
Vale pela Cate, a banda sonora, os cenários de duas cidades lindíssimas e pela crítica que faz.

2 comentários:

  1. Eu gostei bastante do filme e acho que está muito bom e supera sem dúvida o último fiasco do To Rome With Love. Não é o melhor trabalho do Woody dos últimos anos e também esperava vê-lo no filme mas é um bom filme! :)

    A Cate está impecável, não me lembro de um papel dela deste género desde o Notes on a Scandal. :)

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  2. Implicando eu com o Woody, vou agradecer não ter de o ver no ecrã. Adoro a Cate!!

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