O problema da auto-depilação.

Uma pessoa pensa: se fizer a depilação com cera em casa, fica muito mais em conta.

Pessoa sorri, os olhos brilham, há todo uma certeza naquele acto que estamos prestes a cometer.
Dirigimo-nos a uma superfície comercial, ou loja da especialidade, ponderamos um pouco sobre a escolha, o método, as marcas, decidimo-nos pela embalagem que tem uma menina com um ar zen na capa, a acariciar as suas perninhas, e vamos para casa, felizes com a nossa opção.

Vamos até à casa-de-banho, lemos as instruções, seguimos as mesmas à risca, espalhamos a cera tépida pelo corpinho, colocamos a banda que irá livrar-nos do mal e....choramos baixinho.
Mantendo-nos fortes na resolução, prontificamo-nos a tentar novamente e...choramos baixinho.
Olhamos para a embalagem, dirigimos um impropério à senhora retratada na embalagem, que nunca na vida a tipa ficaria impávida e serena perante tal abuso lancinante e...decidimos, em fim, que a esteticista é, e continuará a ser nesta matéria, uma opção deveras viável.

Cueca - versão depilação em casa: uma maricas.
Cueca - versão esteticista: nem um pio.

A dor é a mesma, mas a vergonha social dá toda uma dimensão de endurance à coisa.