6.10.11

Acho giro esta moda agora de "criticar" os pais novos.

Confesso que me faz alguma confusão que agora se crie algum estigma à volta dos pais jovens. Sendo que o conceito de "jovem" alargou muito em termos de faixa etária.
O que tá a dar é viver em casa dos pais até aos 30 e poucos, não ter um relacionamento estável, não perspectivar uma carreira, se possível trabalhar o mínimo dos mínimos, tirar cursos atrás de cursos que nem se sabe para o que vão servir e preocupar-se mais em ter um BMW do que começar a ganhar asas e sair debaixo da saia da mamã e da calcinha do papá.

Sinceramente, acharem que com 26 anos se é uma mãe jovem, faz-me ponderar o que pensarão das miúdas que têm filhos aos 18, quando não é antes.
Obviamente que é chato levar com aqueles olhares de lado só porque já tenho, pasmem-se, a vida mais ou menos encaminhada. Claro que com as suas condicionantes.
 Mas acharam que andei este tempo todo a fazer o quê? Que as coisas me caíram no colo?

Simplesmente nunca tive medo. Principalmente nunca tive medo de trabalhar ou de me esforçar. Nunca tive padrinhos, não tive ajudas monetárias significativas, nem cunhas ou quejandos.
O que tive foi o melhor que se pode pedir aos pais: uma boa educação. Não numa escola privada, mas aquele tipo de educação que nos ensina que tudo o que se faz, faz-se por nós e é de nós que depende o nosso sucesso ou insucesso.

Portanto, não, não passo horas a chorar no escurinho a pensar nas saídas que não tive (porque, com bom senso e algum jogo de cintura, ainda as faço), nem na crise (faz-se por poupar, pouco, mas qualquer coisa), nem em cuidar de uma casa (que se não fica tudo feito hoje, amanhã também é dia), nem na responsabilidade de ter um filho (que surge naturalmente como a coisa certa a fazer), nem nas férias nas Caraíbas que não fiz (talvez um dia), nem na casa melhor que podia ter (se não tivesse outros custos adicionais) e por aí em diante.

Ser-se mãe ou ser-se pai é algo que não se ensina, nem se prepara, vai-se fazendo e aprendendo.
Desde que se goste, temos tudo.
O que me causa alguma urticária é esta mania que temos em ser pequeninos de espírito e tecer juízos de valor acerca dos outros para não perdermos tempo a olhar para nós mesmos.

31 comentários:

  1. Sabes qual é a diferença entre ti e esse grupo que descreves?

    Educaram-te para aos 18 teres 18 e comportares-te como se tivesses 18, para aos 25, teres 25 e comportares-te como se tivesses 25,... and so on.

    Essa malta foi educada para aos 14 comportar-se (e ter os direitos) como se tivesse 18 e para aos 30 comportar-se (e ver-se livre das obrigações) como se tivesse 18...

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  2. Rosa Maria, e para te mandar um mail, faz-se como?

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  3. Marianne, tens ali ao lado no perfil, mesmo em cima à direita: rosacuequinha@gmail.com :)

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  4. Eu sempre quis ser mãe cedo, aliás 26 era a idade que julgava ser ideal porque não quero chegar à idade de ser avó e estar ainda a educar os meus filhos. Esse é um preconceito parvo, as pessoas adaptam-se à vida que têm e quem ainda se sente muito filho para ser pai que não o seja... Just leave us kids alone ;)

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  5. A Me agarrou bem no problema dos que criticam.

    Mas acima de tudo, não há um masterplan. Não há um tempo certo para nada. Não tens que ser diletante até aos 30 e responsável a partir dos 35. Mas também não tens, obrigatoriamente, que estudar, trabalhar, casar e ter filhos, necessariamente por esta ordem.

    A diferença entre quem sabe viver a vida e entre quem a finge viver é a consciência dos próprios actos. Se fizeste escolhas conscientes, terás que estar preparado(a) para lidar com as mesmas. O problema é termos não-sei-quantas redes de segurança a toda a hora. E assim, quando chega a hora de crescer, simplesmente não é possível.

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  6. Como eu te entendo...
    Ter 26 anos, estar grávida de momento, já estar casada à 3 anos e ter uma relação dita "normal", ter casa e o minimo de condições básicas de vida sem ter ninguém que me apare os golpes (e as despesas) é hoje em dia caso de olhares reprovadores.
    Mas somos nós que andamos erradas ou anda meio mundo com as prioridades trocadas?
    Claro que ninguém têm que seguir o mesmo modelo de vida, é certo, mas o nosso conceito de vida não nos torna nenhuns bichos raros.
    Ou melhor, nos dias que correm até nos torna, mas o grave é que não somos nós que andamos errados.

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  7. O que eu acho é que se eu não emito comentários do género: depois queres ter filhos e não podes, porque estás uma uva tipo passa mirrada e velha, não tenho de ouvir outro tipo de coisas lol.

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  8. eu quando tinha 15 idealizava um bebé aos 25, tudo maravilhoso e tal ... estou quase com 26 e estou muito longe disso tudo! tenho tido empregos instáveis, embora na área, o que já não é mau, dado a minha área ser uma das mais difíceis para arranjar trabalho actualmente (ou quase sempre ...).
    mas pronto, não é aos 25, será aos 30 :)

    fico feliz por ti!

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  9. Anónimo, a noção de emprego estável é muito discutível hoje em dia. Simplesmente porque acho que essa estabilidade é inexistente.
    Quando tens um filho se não tens emprego na tua área, não tens outro remédio que não procurar outro, a fazer o que quer que seja, desde que consigas cuidar dele e assegurar-te que tens tudo o que é essencial.
    A minha mãe era professora e estava colocada cada ano num sítio diferente, bastante longe de casa, e mesmo assim cá nos arranjámos e tudo foi correndo bem. É preciso é não desanimar ;)

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  10. Isto de ter filhos não tem cartilha nem tem idade marcada. Tanto é correcto ter um filho aos 18, como o é aos 25 ou aos 35. Tenho um amigo cujo pai tinha quase 50 anos quando ele nasceu, e segundo o filho, sempre foi um óptimo pai. Por isso acho que não é por aí. E se uma pessoa não quiser ter filhos, não tem e está o caso encerrado.

    O que eu acho é que se criou o mindset bem descrito ali pela Me. Confesso que até eu próprio olho com estranheza (não com censura, entenda-se) quando vejo um casal nos seu 24/25 anos a viver sozinho e já com família formado. Estranho por não ser habitual nos dias que correm, e não por não estar certo ou correcto. Se voltasses atrás no tempo uns 20 ou 30 anos, esta situação que descrevi seria a mais normal do mundo.

    Cá entre nós, acho que uma grande percentagem das pessoas que mandam boquinhas ou "acham mal", têm é inveja. Pura e simplesmente. Como não têm perspectivas de começar a ganhar cabecinha e viver por elas, destilam veneno. É deixá-las, não há outro remédio.

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  11. Dexter tens toda a razão, não há regras nem pressupostos - nem tem de haver. E quem te escreve, casou com 25 e vai ser mãe aos 28.

    Mas a verdade é que essas boquinhas vêm de pessoas que no fundo, mesmo que inconscientemente, têm algum ressabiamento, alguma inveja, alguma incompreensão ao estilo "como é que eles conseguem ser felizes"... não duvides!

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  12. Fui mãe aos 16 anos e sei bem o que são realmente esses olhares acusadores, essas "bocas foleiras"... mas hoje com 29 anos isso não me preocupa nada. Olho para ele e para a educação que lhe estou a dar e vejo que a educação e os valores que ensinamos não têm nada a ver com a nossa idade...

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  13. Me, a felicidade constrói-se. Podemos não estar contentes todos os dias, mas ao fim do dia somos felizes.
    Obviamente que a felicidade alheia causa comichão, mas também posso dizer que lá porque somos felizes hoje, amanhã é outro dia. O mesmo para quem se sente infeliz hoje.
    É preciso é não deixar de lutar e continuar a acreditar.

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  14. Rosa cueca, a felicidade constrói-se e procura-se. E eu sei como muitas pessoas não sabem, que mesmo perante as piores adversidades é MESMO possível ser feliz. Infelizmente, o chavão "Só a morte é que não tem solução" é muito verdadeiro.

    Tenho pena é das pessoas que adiam a felicidade (e com isto não estou a dizer que só somos felizes se casarmos e tivermos filhos, de todo!)... e acabam por invejar a felicidade alheia.

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  15. Eu acho que ter filhos não tem idade certa! Tem sim, o momento certo!! E o que pode ser certo para ti, pode não ser para outro. Concordo quando dizes que hoje, as pessoas se tornam cada vez mais tarde independentes. Também me faz confusão ver pessoas quase com 30 anos a viver em casa dos pais e sem qualquer tipo de objectivo de vida, mas em relação aos filhos não, porque isso é uma opção. :)

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  16. Não és nenhuma teenager, pelo amor de deus. Vocês são adultos, trabalham, têm a vossa independência... qual o mal de serem pais?

    Tenho 22 anos e uma relação estável... honestamente, se continuar com a pessoa com quem estou, vejo-me a ser mãe daqui a 4 ou 5 anos (portanto, 26 ou 27). Para quê esperar 10 anos?

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  17. Também não concordo nada com isso que uma pessoa de 26 anos é nova para ter um filho. Eu tenho 24 anos estou decidida a sair de casa dos meus pais e começar a minha vida e acho que já tenho idade suficiente para saber o que quero da vida. Além disso sempre quis ser mãe "nova".

    E também acho que não podemos ficar agarrados ao que poderiamos ter tido. É andar para a frente, e viver o momento.

    beijinho.

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  18. Hoje em dia é natural que quem estude tenha filhos mais tarde, porque mais tarde começa a ter alguma estabilidade financeira, e diga-se também que o estado português não da grande ajuda para que se tenham filhos...

    Mas porra! Os meus colegas de secundário que não prosseguiram com os estudos, estão todos casados e com filhos!! E ninguém crítica!! Cada um faz a vida que escolheu fazer! E sinceramente, quem quer ter filhos, acho muito melhor te-los o mais cedo possível! Aproveitam muito mais!

    E depois outra coisa que me faz confusão! Na geração dos nossos pais, com a nossa idade (20 e poucos) estava-se casado e com filhos! E era natural!
    Cada vez mais penso que a mentalidade das pessoas anda a regredir em vez de evoluir!

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  19. Os cães ladram e a caravana passa!
    eu conheço aqui uma senhora um pouco mais velha que eu, teve 2 filhos o primeiro com 12 anos e o segundo com 14 anos.
    por aqui no pais real onde muitos lares ainda não tem televisão ou internet, faz-se filhos e começasse muito cedo.
    não me estranha ver uma miúda do secundário de barriga, sei que perdera grande parte da sua juventude, por poder dar ao filho aquilo que ela não teve, considero que talvez essa venha a ser melhor mãe que aquela que planificou e organizou para fazer a criança.
    eu sai de casa dos meus pais com 19 anos, com 25 anos vivia maritalmente com uma mulher e aos 30 tive o meu primeiro filho declarado filho.
    podeis ter a certeza que toda a gente deveria ter a experiência de ter um filho, as mulheres de o ter e os homens de assistirem ao parto, porque um filho(a) ´e a continuação de nos mesmos.
    antes toda a gente tinha filhos cedo actualmente ´e que as pessoas inverteram as coisas e puseram a carreira a frente da família, talvez por essa razão existam tantas famílias monoparental.
    Rosa e Dexter, o filho ´e vosso ´e
    uma extençao de vocês os dois que se uniram para o criarem, criem-no e sejam felizes, porque no final quando olharem para trás apenas importa o quanto foram felizes.

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  20. Não imaginas as caras que vi quando, aos 23 anos, fui dizendo que me ia casar :) Casei-me no dia em que fiz 24, e adorava ter já estabilidade para ter filhos. Mas só começo a trabalhar para o ano (cursos compridos...) pelo que me parece o ano ideal para isso:) Espero também ser mamã aos 26 :)

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  21. Sabes o que é? Dor de cotovelo por nao terem uma vida estavel como tu! Just that :)

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  22. tens razão Rosa Cueca, a instabilidade veio para ficar, mas mesmo assim quero ter alguma financeiramente falando para me aventurar um dia a ter filhos ... mas se não os tenho agora não é apenas por causa desta instabilidade :)

    idealizava os 25 anos pois tenho a experiência de ter pais mais velhos do que a maioria dos pais da minha geração. os meus pais tiveram-me com 36 anos. e, tal como referiu o Dexter sobre um amigo, foram e são óptimos pais! e se gostava de ser mãe mais cedo (do que 36) é apenas por uma única razão ... por várias vezes penso que não poderei ter os meus pais junto de mim tanto tempo como gostaria, comparado com pessoas da minha idade, o que não deixa de ser assustador a vários níveis ...

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  23. Na minha opinião, a sociedade de hoje não está feita para sermos mães cedo. Acabamos o curso aos 23/24, depois até termos alguma estabilidade profissional chegamos aos 30 e tal..
    Só pessoas com pouca formação é que têm filhos cedo..
    Hoje em dia é brega (como dizem os brasileiros) ser mãe antes dos 30.

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  24. Adoro estes anónimos. Minha filha, aposto que tenho mais formação que tu e a tua tia juntas ;)

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  25. Hello!
    Ainda que mal me pergunte, desde quando é que tens que dar satisfações a quem quer que seja, e ainda por cima a pessoas que só têm vazio no coração?!?
    Não ligues ao que dizem, o que interessa é o que tu sentes e aquilo que tens e procuras na e para a tua vida. Seres feliz e fazeres quem está ao teu lado feliz.
    Ter um filho é uma benção, uma realização para qualquer mulher, independentemente da idade. Felizes daquelas que conseguem alcançar esse bem tão precioso!
    Quando era miúda idealizei que a idade ideal para me casar e ter filhos era os 25 anos. Já estou na casa dos 30 e nada, confesso que às vezes tenho pena e sinto algum vazio, mas tenho definido outras prioridades para mim... Não me lembro se alguma vez te disse que uma familiar na altura em que completei 23 anos me disse que já estava velha para casar :):):) Fiquei chocada no momento, principlamente pela maneira seca como me foi dito! Mas vamos crescendo e aprendendo a assumir as nossas escolhas e a estar seguras de nós próprias, a ganhar maturidade suficiente para desvalorizar e ignorar aquilo que não interessa!
    Por isso luta e sabes como? A dar muito muito muito amor ao teu filhote :)
    Beijinhos

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  26. Dexter, auto-convencem-se de que são muito bons porque antes dos 30 não têm filhos em prol de uma carreira... Guess what? Terminei a minha licenciatura, esfalfei-me (e tive alguma sorte à mistura) e com 28 anos posso orgulhar-me de ter um estatuto profissional que na cabeça desse anónimo só se consegue ter aos 40 e sem filhos...

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  27. Olá Rosa Cuequinha.
    Eu sou Mãe, fui muito nova com 18 anos, e agora que olho para traz vejo que não foi sedo nem tarde, foi quando tinha de ser. Percebi ao longo de 10 anos de maternidade, não há livros de instruções nem cartilhas nem o diabo a 4. quando nasci o meu pai já tinha perto de 50 anos e a minha mãe 41. O mundo quase os matou, porque era uma irresponsabilidade ter filhos nessa idade. Com o exemplo dos meus pais, aprendi que não há idade para sermos responsáveis nem felizes.
    Bj.

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  28. Rosa Cueca,
    Pois eu cá, e sem problema algum em pertencer ao clube das freaks, casei aos 23 e fui mãe aos 26.
    O casamento não resultou, é um facto, mas a maternidade resulta na perfeição. Fica-me bem! :)
    Tenho 30, sou independente e também não tive grandes ajudas, nem cunhas, mas a educação é tudo. É o que nos permiter ser, ter e conquistar. A mim faz-me feliz.
    Por outro lado, ser-se mãe, independentemente da idade, é uma decisão que tem de vir "de dentro". Tem que se sentir o apelo (se é que se pode chamar assim).
    Para quem se preocupa mais com as férias nas Caraibas (pode ser que um dias nos encontremos lá), com BMW's, com tudo aquilo que os faça feliz, realmente o melhor é estarem quietos. Para pais irresponsáveis, frustrados com a vida que "perderam", desligados e outros que tais, já bastam os que para aí andam.
    Eu gosto de ser uma mãe "jovem" e olha que por mim tinha sido antes, mas isso sou eu.
    Borrifa-te nos olhares dos outros e faz o que a tua vontade e timing te disserem ;)

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  29. Miguel Pinho, olhe que perdia a aposta:) Não disse que a Andreia era brega por isso não precisa de responder com essa agressividade!

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  30. Falta aí um nome no meio, não se esqueça. E eu não fui agressivo, até pus um smiley e tudo!

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