25.6.14

Ahh o belo do Peer Pressure.

Levamos com essa treta desde o Jardim de Infância, sendo que há um momento nas nossas vidas, normalmente após uma adolescência bem passada (NOT), em que achamos que um dia vamos ser adultos bem resolvidos, que não querem saber nada disso da pressão dos pares para fazer cenas e coisas.
 
Ahahahahahha.
Tão ingénuos.
 
Ora bem, a idade adulta traz com ela coisas fofas como os impostos, o trabalho, a casa, as relações-pá-vida, as crias, o sermos adultos equilibrados, preferencialmente sem recorrer a ajudas-do-público como álcool, drogas ou auto-medicação.
Mas como continuamos a viver em sociedade, ao invés de sermos felizes num sítio ermo onde pudéssemos dar largas aos benefícios de existir sem ter pressão para existir, sentimos na pele a tal pressão dos pares.
 
É porque temos de ter emprego no tempo certo, namorados no tempo certo, filhos no tempo certo, responsabilidade no tempo certo e, já agora, tentarmos evitar a prisão e continuarmos a ir à missa.
 
A parte chata é que a vida não funciona assim e que, quanto mais queremos uma coisa, mais nos trocam as voltas. Como se isso não fosse chato por si só, há sempre alguém a lembrar-nos do que deveríamos estar a fazer com a nossa vida e, maravilha, não estamos. Para além de o verbalizarem, desenvolveram uma aptidão exímia ao nível do olhar de censura e do suspiro de pena.
 
Aqui, reconheço, podem tentar ceder à tentação de responder de forma passivo-agressiva, ou lembrar aquela pessoa que, se analisarmos bem, a vida dela é tão ou mais fodida que a nossa. Não faz de nós Teletubbies evoluídos e queridos socialmente, mas nem sempre conseguimos ir pelo caminho zen do silêncio, acompanhado de um ar de comiseração/poderei ter um aneurisma se continuares a insistir.
 
Lembremos com carinho a máxima de não farás aos outros o que não queres que te façam a ti e, sempre que te der na telha dizer algo como: então e filhos? já era tempo de arranjares uma relação séria! porque não compras casa própria? não pensas em ter um emprego estável? és sempre a mesma coisa! não cresces?! achas prudente beber tanto? comporta-te! e outros quejandos hediondos, mordam o lábio, pensem no quão fodidos da vida andam, seja porque estão praticamente a levar com a extrema unção da vossa vida divertida ou andam uns frustadinhos do pior e....calem-se!

4 comentários:

  1. Há sempre pressão, mas também há sempre a "ignoração" logo a seguir. É o que vale.
    Ou então podes sempre responder: "Porquê? A tua vida é assim tão boa?"

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  2. Muito bom! Se vivêssemos num mundo perfeito, cada um vivia a sua vidinha da melhor maneira que conseguisse e não andava para aí a destilar veneno para as opções de vida dos outros, mas como não vivemos, nem de perto nem de longe, num mundo perfeito, lá vamos tendo que aturar esses frustados da vida que, no fundo, têm é inveja e precisavam de muita Nivea

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  3. a malta a chatear quando é que temos uma criança, depois da criança "então, já faziam outra não!"...
    enfim, pessoas.

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  4. Eu fico pensativa quando perguntam (pela milésima vez) quando nos decidimos a ter filhos. Normalmente são pessoas com olhar disperso, olheiras até aos joelhos e odor a leite azedo. Ainda que o olhar de censura e suspiro de pena estejam lá, a pressão ainda não chegou cá.

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