As profissionais da sobrancelha.

Uma pessoa lembra-se de fazer as sobrancelhas volta e meia com alguém que sabe do assunto.

Isto merece uma introdução: olhem bem para as sobrancelhas da senhora que ousar mexer com as vossas, porque isso diz muito sobre uma pessoa.

Há vários tipos, que passo a explicar:

 

A farfas.

A senhora de sobrancelha - e demais pilosidades calculo eu - farta, abundante, curiosamente umas Fridas em potência.

Esta é a senhora sem merdas, passo a expressão, que quando houve falar em tirar pêlos com linha se benze e diz "oh menina, não faça isso, então vai deixar o cuspe das outras delember as suas sobrancelhinhas?!".

 

A stripper.

Ou podia ser. É a senhora da sobrancelha fina e desenhada a lápis, que dá aquele misto de sensação de olhos-de-psicopata-super-expressivos e o vou-sair-daqui-para-o-Golden-Club-é-só-meter-uma-mini-saia.

Esta senhora assusta-me, porque a sua missão na vida é que toda a gente tenha as sobrancelhas como ela. É a evangélica da sobrancelha mínima.

 

A incoerente.

Aquela que brincou demasiado com a pinça da mãe antes do tempo e agora, adulta e madura, uma pessoa que já sabe arranjar as próprias sobrancelhas, sofre com as falhas nas ditas, como placas tectónicas em afastamento na testa.

Esta é aquela que vai fazer o que vocês disserem. Mesmo que seja mau. Ela já tem de lidar com os erros do seu passado, basicamente pode na boa com os vossos.

 

A extremista.

Pode acumular funções e características com a stripper. Esta é a moça que evoluiu após a sobrancelha fina e desenhada, levando-a ao next level: os arcos. Finos. Bem desenhadinhos, que vos fazem parecer estar sempre em choque e surpresa. E o que é a vida se não isso?!

 

A preguiçosa.

Esta é aquela que tem mais que fazer, que quase bufa de frustação por ter de largar a Maria a um canto e ter de ir trabalhar. Invariavelmente vai dizer: é para tirar com cera não é? NÃO É?!?!?!

Por medo, porque naquele momento há uma outra pessoa que tem nas mãos a capacidade de vos destruir as sobrancelhas, aconselho a dizer que sim.

 

A perfeccionista.

Não descansa enquanto não demorar três mil séculos a tirar os pêlos que Deus vos deu. Quando digo séculos é vocês terem tempo de lavar, cortar, secar, fazer um penteado à Corte de Luís XVI e, ainda assim, estar de pinça em riste porque é preciso tirar maaaaiiisss um peliiiinhoooo.

 

Independentemente da profissional que vos calhar, há duas coisas comuns a todas:

 

A primeira é que vocês, nos próximos tempos, vão desejar não repetir a experiência tão cedo.

A segunda é que todas, mas todas, irão perguntar: então?! Também vai fazer o buço?!

(mesmo que não ostentem pêlos acima do lábio, elas vão perguntar, fazendo-vos sentir umas austrolopitecas sem noção, como ousam sair à rua com algo capaz de fazer inveja a pêssegos farfalhecos?)