9.6.13

Confesso: faz-me (muita) confusão.

Que nos dias de hoje as pessoas estejam tão dispostas a dar tanto dinheiro por coisas acessórias.
Não sou fundamentalista, acho que se somos donos do nosso dinheiro e trabalhamos para ele, temos o direito de o utilizar em coisas que nos façam felizes. Talvez o meu problema seja mesmo esse, não encontrar grande felicidade em ter coisas. Claro que sou vaidosa, claro que gosto de comprar roupa nova, sapatos novos, maquilhagem, ir ao cabeleireiro, e todos os demais rituais que são sinónimo hoje em dia de uma mulher cuidada. Também nisto não sou fundamentalista.
Ainda assim, é-me impensável dar 100€ por uns sapatos, ou uma mala, ir ao cabeleireiro todas as semanas, ou comprar pares de vestidos dia sim, dia não.
Não sei como é que a classe média faz, mas o meu dinheiro não estica. Eu vibro, literalmente, com coisas simples como receber o meu IRS ou o subsídio de férias. Vá, eu fico contente sempre que é dia de São receber e, simultaneamente faço contas de cabeça aos gastos que ainda vou ter, sabendo que não irá sobrar assim tanto no final do mês.
Assim, estranho os cartões de crédito, as férias lá fora duas vezes ao ano, quando os salários não esticam, nem serão assim tão díspares do meu.
Sentir-me-ia mal por esbanjar 150 € num casaco que adorei, quando sei que o futuro não se avizinha risonho para tantos de nós. Assusta-me a leveza de digitar os números do cartão multibanco em mais umas compras, quando se sabe que o plafond já fugiu todo para parte incerta.
Tento não deixar de fazer nada do que realmente quero. Balançar o que posso ter.
Os desiquilíbrios soam-me sempre a estupidez.

11 comentários:

  1. Às vezes o gastar dinheiro pode ser sinónimo de outras coisas escondidas. Já cheguei a gastar mais do que devia. Agora estou na fase de tomar juízo.

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  2. sim estou contigo aqui. nao percebo. conheco pessoas que faziam imensas compras, mesmo sabendo que nao eram necessarias, como forma de aliviar o stress (da mesma forma que eu como chocolate, sendo o chocolate tao mais barato). ou por outros fenomenos relacionados com irresponsabilidade e querer parecer-se ter mais do que se tem. somos ainda uma sociedade show off. eu ca nao ligo mto a marcas honestamente, acho que ha coisas melhores onde se gastar o dinheiro (ou poupar-se!).
    mas pronto ha pessoas futeis, e ha pessoas para quem a vida e mto mais do que esbanjar dinheiro :)

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  3. De há uns anos para cá, entrei numa fase de gastar conscientemente. Fazer uma gestão sensata dos investimentos em guarda roupa (pensar nele como um todo, em vez de acrescentar tendências inúteis, por exemplo) e fazer a maior parte da rotina de beleza em casa. O preço de alguns cabeleireiros para sair de lá na mesma arrepia-me.

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  4. Acredito que anda por aí muita gente afogada até ao pescoço de créditos e a gastar dinheiro em futilidades só para manter as aparências. A mim, sinceramente, custa-me! Infelizmente tenho de gastar muito dinheiro com a minha pele que é uma miséria, mas depois evito comprar roupa ou acessórios só porque sim para depois ficarem no armário a ganhar traça... Também me faz confusão dar 70 ou 80€ por certas coisas, até porque atualmente o preço caro não é significado de qualidade!
    Enfim, cada um sabe de si, há quem fique feliz com as pequenas coisas da vida, outros só a esbanjar dinheiro mesmo que não o tenham!

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  5. Mesmo assim, acho que não devias colocar o gastar dinheiro em roupa/maquilhagem no mesmo saco de viajar. Viajar faz bem em todos os sentidos e não é algo fútil!

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  6. Todos os meses tenho poupado algum dinheiro e é assim que vai ser sempre.

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  7. Os ordenados que temos em Portugal não dá minimamente para as pessoas se darem ao luxo de esbanjar. E nem sequer estou a a falar da crise. Fiz uma pesquisa e o que pagam na vizinha Espanha na minha área e na minha função, é basicamente duas vezes mais do que o que se pratica por cá. Chateia.

    Concordo, dar 100 euros por uns sapatos, não faz sentido, penso eu. Ainda que o calçado tenha de ter qualidade. Já dei 100 euros por uns sapatos e ao mesmo tempo... não. Comprei-os nuns saldos por 45 euros. A compra do século... eheh.

    Agora, existem profissões muito exigentes e que passam bastante e também pelo aspecto. A própria empresa assim o exige. Aí, a ida ao cabeleireiro todas as semanas acaba por se tornar uma necessidade e não um luxo. Na roupa/sapatos pode-se sempre poupar muito nos saldos. Portanto, acabamos por vestir razoavelmente bem, sem gastar muito. É só estar atenta.

    Se disser que tenho alguma roupa de marca, não porque faço questão, mas porque acaba por durar muito tempo (quando se sabe comprar peças que dá para usar com outras tantas)e acaba por ser um investimento. Sou pela qualidade e não pela quantidade. Prefiro ter menos e bom, a ter muita coisa e roupeiros cheios de roupa que por vezes nem se veste.

    E, sim, também não me ligo muito a coisas. Só por isso tenho uma grande facilidade em dar coisas minhas. Quando compro é porque preciso e, se quero comprar algo apenas porque gostei, primeiro dou o que tenho. Não acumulo.

    Quem não vibra, quando recebe o subsidio de férias ou de Natal, ou o reembolso de IRS? Mesmo que a remuneração não seja grande coisa, é nosso, e paga-nos as contas :)

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  8. A moderação é uma virtude, sem dúvida. E dá outro sabor às pequenas extravagâncias.

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  9. A mim também me faz imensa confusão...

    http://agirlsdream-blog.blogspot.pt/

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  10. É uma questão de prioridades, julgo. Há quem tenha os dentos todos careados e podres, e a roupa sempre porca, mas ande sempre a gastar para artilhar o automóvel, ou comprar cocaína. Os gastos são inevitáveis, as prioridades é que variam.
    Eu tento poupar para um dia viajar mas por vezes perco a cabeça e é em vestidos... é quase como que um escape à vida real gastar nesses caprichos fúteis. Encontro, porém, pechinchas fantásticas no ebay!

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  11. "Eu vibro, literalmente, com coisas simples como receber o meu IRS ou o subsídio de férias." me too :)
    embora seja para de imediato por de parte (ou pagar o seguro do carro)

    quanto ao subsidio de férias e de natal, desde que recebo em duodécimos, e devido aos cortes, recebo por mês o mesmo que no ano passado. por isso, no more vibes :(

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