30.4.13

O pum.

A escatologia faz-nos sempre sorrir. Bem, nem sempre.
Há momentos em que a flatulência não nos dá vontade de rir, como por exemplo, no início da relação. A paixão é linda, querida e, essencialmente, hormonal. Coisa que não se coaduna com aguentar ar dentro de nós, cuja missão de vida é sair a todo o custo.
O pum é um aliviador de tensão, literal e metafórico, e há sempre um certo cavalheirismo nisto. Ou seja: depois de ela mandar um, praticamente imperceptível e inofensivo, posso repetir o fenómeno Nagasaki.

Vamos imaginar o seguinte cenário:

É a terceira vez que ele vai lá a casa. Já foram para a cama algumas vezes, é tudo uma novidade, um encanto, um ai-jesus. Ela cozinha para ele, decide surpreender com umas tapas y bocadillos regados a uma vinhaça tinta.
Água vem, água vai, estão na cama, enrolados, a coisa dá-se, vêem-se foguetes, ela aninha-se no peito dele, ele sorri, sentindo-se um macho viril, quando, subitamente, algo se revolve dentro dele.
Ela fala do quão feliz se sente, ele sustém a respiração. Ele experiencia os primeiros suores frios, ela sorri delicadamente. Se houve algum momento em que pensou que poderia abrigar um ser extra-terrestre dentro dele, aquele era o momento.
O que fazer?
Quebrar o momento e ir à casa-de-banho?
E indo, como minorar o barulho, sem quebrar a magia da ilusão feminina?
E se ficar com vontade do nº 2 e demorar muito? Ela vai perceber!
E se...simplesmente largar a bomba? Podia ser que não se apercebesse...(ahahah a utopia...)

Antes que, injustamente, acusem os homens de não pensarem demais no início da relação, aqui fica uma das provas em como eles também podem pensar demasiado.





9 comentários:

  1. "Oh fofinho, estou tão feliz contigo aqui"

    Trrrrrrack...

    ..."Eu também, linda. Vê lá se gostas de tudo o que tenha para te oferecer" lol

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  2. O pum é, no fundo, uma barreira que deve ser quebrada entre o casal. Mas parece-me que, com mais ou menos habituação, os homens acabam sempre por pensar um bocado nisso. Não é só no início.

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    1. Uma barreira? Só se for barreira do som :P

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    2. Eu sabia que alguém havia de fazer a piada. Não me desiludiste, Jedi! :)

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  3. Epá, é preciso haver muito à-vontade... Mas se arrotam, também se devem peidar, haja coerência.

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  4. (diálogo real)

    - Dormiste bem?
    - Não.
    - Porquê?
    - Porque estava sempre semi consciente, tinha medo de me soltar.

    Resumo: não só pensam, como perdem o sono.

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  5. Existem maneiras de fazê-lo de modo silencioso, à sniper com silenciador. É uma arte que exige alguma prática, mas lá que existe, existe.

    O cheiro é que não dá para disfarçar, mas não se pode ter tudo...

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  6. E quando é ela? E quando o dito cujo sai sem sequer pré avisar a sua intenção? É terrível, é terrível...

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