Acho engraçado o medo e pavor que assoma o rosto de jovens mancebos quando lhes é explicado o bê-a-bá do casamento.
Acredito que um curto-circuito ocorre quando ouvem aquela parte "ser-te fiel para todo o sempre". Não posso dizer que censuro essa questão. Acredito, aliás, que o homem que até sempre pensou ser fiel à namorada, assim que a ideia de casamento começa ali a aflorar, começa igualmente a olhar para o que o rodeia com outros olhos.
Tal e qual puto agarrado ao sugar rush que vê-se numa loja de doces, já a avaliar toda a variedade que vai trazer para casa, vê-se igualmente com as asinhas cortadas quando a mãe lhe explica que "meu menino, só podes escolher um doce e agora vais comer só esse para sempre, por isso escolhe bem".
Quer dizer, um puto fica a pensar "eu gosto mesmo de kinder buenos, mas comer só isto sempre?!".
No fundo, na eterna criança que são, desconfio que é isto que lhes mexe mais com o tico e o teco.
No caso das mulheres a coisa não é mais fácil. Apesar de sonharem com o dia do casamento ainda nem tinham largado as fraldas, constroem o seu mundo de romance e escapadinhas românticas num clima a dois, mas mais depressa se apercebem que afinal estavam a sonhar, com a cabeça já deitada em cima da mesa de jantar, junto a uma pocinha de baba, enquanto o tipo arrota ao fundo do hall.
Além disso, obviamente que sabem da natureza constantemente insatisfeita da mulher. Se essa característica fica como que adormecida enquanto contemplam o seu anel de noivado (uma altura mágica de paz e descanso para qualquer homem, com direito a recompensa a vários níveis), a coisa depressa passa quando percebem que afinal o feijão com arroz que encomendaram para a vida toda também tem as suas falhas. (Normalmente sendo essas falhas incomportáveis aos olhos de uma mulher, mas que se ultrapassam devido àquela outra nossa característica utópica que acreditamos ter: o estoicismo total em prol de um bem maior.)
Outro facto giro é aquela ideia que os homens têm de "epá, não sei...aposto que a Maria vai ser-me fiel, mas e eu?". No tempo em que estão a perder a pensar nas vossas dúvidas, tenho apenas a dizer que existe uma estatística "simpática" de ouvir para qualquer homem, que vos pode fazer pensar um bocadinho: cerca de 30% dos filhos em Portugal não são do marido, e suposto pai.
Portanto, não pensem tanto nisso, esforcem-se mas é por ir cultivando o que sentem, que o resto vem por acréscimo. Juízinho, pequenada, é o que se quer.
E perguntam vocês? Mas Cueca, estás com essa conversa...isto vai a algum lado? Vou aprender alguma coisa? Vou reflectir? Vou ter uma outra abordagem à temática?
Não.
Mas apeteceu-me.
É sempre bom aprender coisas novas. Até estas. Fazer parte dessa estatística resolvia-me muitos problemas...
ResponderExcluirFeijão... Gosto tanto do mars!
ResponderExcluirMas também gosto muito do feijão (sié que me faço entender ... só tu é que percebes o meu gosto pelo meu feijãozinho)
Eu não me importo de comer "o mars" para o resto da vida. Mas no fundo temos é de pensar que podemos ter sempre chocolate à mão. Nos bons e nos maus momentos, o chocolate vai lá estar, "o mars".
Boa analogia pá! lollolol
Ao ler este post e reparar no clássico foco no "eles" associado a este tema deu me para rir. Só me ri ainda mas com essa do estoicismo. E com essa e com esta da fidelidade ser um papão mais masculino que feminino que vocês nos enganam, quando falham tanto (senao mais) do que nos, apenas o sabem e fazer mto melhor. Depois acabam no concerto do buble a entoar o "me and Mrs. Jones" de cor e um gajo ri-se e pensa "ah pois e".
ResponderExcluirEu gosto da ideia de fidelidade... se o homem que tenho ao meu lado gostar de me agradar sempre. :P
ResponderExcluirMas, de facto, os homens têm alergia à palavra Fidelidade.
acho que o casamento é tão assustador para os homens como para as mulheres...a ideia de ficar para sempre presa a outra pessoa pode ser aterrorizadora!mas porque é que o pessoal ainda se casa?
ResponderExcluirEssa de 30% dos filhos em Portugal serem "bastardos" é difícil de acreditar, com toda a franqueza. Mas só prova, em conjunto com tudo o que escreveste, uma coisa: o ser humano não é certo.
ResponderExcluirE aí, ao menos os homens são honestos, e ficam com cold feet quando chega a hora do compromisso sério. Atenção que não há estatística que prove infidelidade no casamento pela parte dos homens...
Já as mulheres, não há cá seriedade no compromisso. Pelo menos para cerca de um terço das mesmas.
Isto a fazer fé na estatística. Neste caso é uma boa arma de arremesso. E esta, hein?
Loooooooooooooooooool
ResponderExcluirTrair esta nos genes de todo o ser humano. A forma como controlamos esses mesmos genes é a personalidade da pessoa.
A infidelidade esta associada ao homem mas como tu disseste 30% dos filhos deste Portugal não são filhos de quem pensão, culpa das mães que quiseram pular a cerca para irem provar outras pastagens.
Capitão, se ler com atenção, está lá bem explícito que as mulheres também têm a traição nelas.
ResponderExcluirAcho é que os homens são mais facilmente distraídos visualmente, enquanto que elas é por várias outras razões.
Ontem até eu cantei essa, mas porque gosto da música, embora acredito que houvesse muitas Mrs Jones presentes ;).
Zica, eu concordo contigo, eles mais facilmente assumem o seu cold feetismo. E isso é honesto. O que não é, é fazer a outra pessoa pensar que há garantias vitalícias na vida, porque não há. Há o fazer o melhor que se conseguir, sempre a respeitar a outra pessoa, isso sim. Querem outros envolvimentos, ao menos assumam, pelo menos é o que eu acho.
lisbon concordo contigo, é assustador para ambos, mas não deixa de ser um passo que me parece ser cada vez mais carregado de significado, até porque hoje em dia parece ser bem mais difícil manter um casamento.
S, alergias dessas querem-se longe. Lá porque não são contagiosas, não deixam de fazer mal.
Suricat, lá está, há outras coisas importantes no "mars", mas o feijão está sempre presente e sempre em primeiro plano :).
Crente, li essa estatística há uns tempos, mas era apenas para ilustrar que muitas vezes enquanto eles andam preocupados, elas andam é ocupadas.
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ResponderExcluirOK Rosa mas... visualmente também é infidelidade? :)
ResponderExcluirÉ verdade que nós damos mais importância ao visual. Mas olharmos para outras não faz de nós infiéis. Vocês também olham mas dão de facto normalmente mais importância a outras coisas. Apenas isso. Mas se de repente começam a sentir mais facilidade em conversar com um gajo recém conhecido que até não é mau de todo à vossa vista não se ponham a pau não... quando derem por ela sabem a letra do "me and mrs. jones" toda de cor e em causa própria.
ai que bónito... eh pah, tenho por teoria, quem se preocupa demasiado em levar um par de cornos tem mais tendência em ser o 1º a pô-los.
ResponderExcluirA cueca vai casare? quero uma fatia de bolo jáááááá
Ricardo, não, que eu saiba a Cueca não vai casar lol.
ResponderExcluirCapitão, olhar não é trair, obviamente. Mas não se esqueçam que as mulheres são tudo menos estúpidas e sabem perfeitamente quando vocês estão a olhar com entusiasmo para outras, ou alapados na cadeirinha com a vossa amiga porno preferida através do monitor lol. É natural. O que não é natural é depois existirem cobranças, de parte a parte. Desde que nos façam sentir no nosso pedestal, acho que só uma mulher com "m" minúsculo é que não se esforça por agradar e satisfazer a todos os níveis e colocar-vos no devido pedestal que guardamos para vocês. É preciso é saber que não é motivante andar a olhar do outro lado da pastagem em detrimento do que se tem em casa, porque foi essa "casa" a que se escolheu.
Eu sempre defendi a tese de que o "problema" não é ser-se homem ou mulher. É da pessoa. Quem quer andar a comer por fora anda mesmo, seja homem ou mulher. E isso de que os homens têm mais "facilidade" em trair não passa de uma rotunda treta. A diferença é que a mulher quando anda a esgravatar pila alheia fica calada e fica no seu cantinho, nem se descose às próprias paredes, enquanto que o gajo que andou armado em salta pocinhas, conta aos amigos ou a quem quer que seja, de forma a aumentar o seu status de macho a nível social. E mesmo que não conte voluntariamente acaba por descair-se.
ResponderExcluirAlém do mais, dás um tiro no pé quando referes essa estatística dos 30%. Isso significa que o nosso tão amado Portugal é um verdadeiro kengódromo de alto gabarito. Mas isso não é nada que me surpreenda...
Adiante, acho que se se gosta mesmo de uma pessoa, a todos os níveis, então não há problema nenhum em casar ou comer Kinder Bueno para o resto da vida. Aliás, tu sabes bem que eu adoro Kinder Bueno e tenho um lá em casa...
Gostei! Para mim um homem tem que ter a capacidade de conquistar a mulher sempre, e não dá-la como um dado adquirido!
ResponderExcluirBeijinhos,Sofia
Creio que a questão está na moda, mas é unissexo.
ResponderExcluirMudam-se os tempos, mudam-se os casamentos e há um conflito entre o significado da palavra em termos ancestrais e o conteúdo da mesma na actualidade.
As pessoas não têm mais medo por ser casamento, têm mais medo por ser "compromisso a longo prazo", que implica escolhas que para alguns têm a ver com abdicar de algo sobre o qual não têm certezas.
E viveram felizes para sempre não é o mesmo que viveram sempre felizes. Simplesmente, há quem não entenda ou contorne isso como lhe dá jeito.
Bom... eu no meu 1º casamento tb me atrapalhei na palavra... aliás... pior... deu-me um nervoso miudinho e só me conseguia rir... enfim... divorciei-me 3 anos dps... não sei se teve alguma coisa a ver... mas.... terá sido um sinal??!!! :)))
ResponderExcluirBjs
Rita
Dexter não dei tiro no pé nenhum, eu admiti que as mulheres não só traiem, como se safam com isso. Há quem tenha mais predisposição para isso, é certo.
ResponderExcluirQuanto ao kinder eu poderia dizer o mesmo, o que representa uma grande queda para a diabetes lá em casa.
Sofia, o problema é que se calhar a maioria só se esforça no início. Quanto a elas, quantas há que nunca sequer se esforçaram também? ;)
Rita, atrapalharmo-nos não quer dizer nada para além de que temos consciência do que estamos a dizer e do peso que representa, o importante vem quando fazemos por honrar isso sempre :).
Mak por acaso disseste uma das frases que me fez mais sentido, que é mesmo essa, viver feliz para sempre, não é mesmo o mesmo que viver sempre feliz e as pessoas têm de se convencer que as coisas não vão ser sempre rosas.
Salsa, certo e soluções? Vamos todos partir para a poligamia? lol... Não me revejo nisso. Acho a fidelidade uma componente importantíssima para a confiança. Sem isso, pelo menos comigo, não dá. Been there.
soluções não há, tudo depende de cada individuo, o carácter e a personalidade de cada um é que nos torna únicos. Um maravilhoso mundo para descobrir.
ResponderExcluirPS. Poligamia isso parece-me mesmo bem, vamos todos virar árabes e ter um Harem de mulheres para escolher-mos ou talvez não. Uma mulher já dá que fazer, admiro todos os homens que conseguem manter mais do que uma, é digno de registo.
eu sou fiel e isso basta :)
ResponderExcluirSe o post é interessante e elucidativo, mais o são os comentários que faz.
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