Como evitar acidentes de trabalho quando se tem uma coordenação símia.

Não é fácil, é o que posso dizer. O nosso cérebro tem de se transformar numa arma potente, capaz de ver o futuro, de estar um passo à frente. O vosso nome do meio muda e passam a ser "Probabilidade estatística".
Tens de ser capaz, tens de superar-te, tens de vencer a ditadura genética que te condenou à miopia e aos cotos obsoletos que ostentas como se fossem mãos.
A minha vida é isto e, na verdade, bem mais triste no trabalho do que aquilo que poderia ser.

Por exemplo, para quê ter uma cadeira de rodar, se sabes que vais acabar com a cabeça na parede?
Para quê beber confortavelmente o teu café à secretária, quando sabes que darás cabo de um teclado, que nunca mais vai ter uma tecla que vai para baixo?
Para quê usares um elegante porta-minas, se o mais provável é espetares aquilo no olho?
Para quê desfrutar do click do agrafador, quando certamente estás a agrafar a folha ao teu polegar?
Para quê ter a fita-cola naqueles dispensadores, se magoas os dedos na parte metálica, qual ralador de cenouras?
Para quê *folheares (;)) um catálogo, se ficas com cortes invisíveis, mas extremamente dolorosos, nos dedos, bem junto à unha?

Percebem os meus dilemas?!

Mas é isto viver. Superar-nos! Depois de 28 anos disto, a acabar com o mundo à cabeçada, ganhei uma fantástica resistência à dor. Em vez de chorar, só digo asneiras. Em vez de dizer "isto dói", com cara de Calimero, digo "já estive pior e sobrevivi!".

Staples Office Center?! Manda vir!

Avante camaradas! Não nos deixaremos vencer facilmente.