Isto de se ser PT não é só rosas, meus senhores.

Enquanto deveria gerir com afinco as minhas forças, entre a respiração e o esforço, gasto as energias a ignorar a pequena televisão - que ora passa documentários sobre o holocausto ou um programa esquisito de gente que quer vender tractores e cenas a outros - para me concentrar em reflectir acerca do que significa afinal ser PT.

Digo-vos, ser PT é um bocado cocó.
Os tipos têm de parecer estar sempre mega bombados e mega top. Que raio de PTs seriam se fossem uns moles com um perímetro abdominal duvidoso? No mínimo, como nutricionistas de 90kg: pouco credíveis.

Têm de andar sempre com roupa do ginásio. É chegar de manhã ao armário e oh well, mais uma t-shirt a dizer Ginásio BombaAí e uns micro-calções para mostrar aquele músculo de perna de fazer o Kapinha ir para casa chorar em posição fetal de inveja.

Passam o dia ali, não sei quantas horas a levar com o fedor alheio, aquele mix de borracha queimada, suor, catinga severa mesmo e halitose. Maravilha.

Se isto não fosse suficiente, há sempre, SEMPRE, umas personagens que dão cabo da paciência a qualquer um.
Lá no ginásio é, tendencialmente, uma moça que deve pesar uns 45kg e dá pelo queixo ao Nani, a dizer que está muito gorda. Suspira, tristoca, aiiii estou tão gorda.
Depois TUDO é um sacrifício. Faz dois levantamentos de pesos (ridículos) e ou é logo: ui, já fiz, já acabei ou é aiii...aiiiii...custa tanto...
Juro, isto é irritante para mim que estou a metros de distância, que fará para quem leva com isto todos os dias.

Claro que também há dias em que eles solicitamente vão ajudar meninas rijinhas e com tudo-no-sítio em roupa reduzida a fazer alongamentos. Possivelmente é o que lhes dá ânimo para continuar.