Filosofia de ginásio

Aguentem-me, agora que ando lá sempre batida, tenho assistido a verdadeiros fenómenos, não só físicos (como a velha que levanta pesos VS a tipa de 20 anos que só anda na passadeira com cara de posso-falecer-a-qualquer-momento/a-vida-não-faz-sentido), como espirituais.

É verdade, nunca pensei encontrar autênticos Deepak Chopras desta vida nesse local.

Fazer agachamentos enquanto ouvimos frases motivacionais como "só quem vai à guerra é que perde, mano, só quem vai à guerra...", seguido de um longo e intenso olhar no vazio, quase que se me dá para a emoção. Mas depois choro mais um bocadinho porque me doem as pernas e passa.

Outra frase popular por lá, e que dá mostras do fenomenal sistema educativo português, é o "no pain, no gain, man". (Que obssessão é esta com o "man", o "mano" e quejandos?!...)

Gosto muito também daqueles que, fofinhos, tentam ajudar os meninos mais panrico de lá, vulgo, tipos que já foram bombados, mas agora estão só moles, incentivando-os com a frase "o suor é a gordura a gritar!". Really?!

Eu, esperançada em encontrar o Samuel Massas por lá (trrrrrrriiiiiiiiiinnnntaaaaa!), tenho-me sentido frustada. Tenho encontrado aquilo que podemos descrever como os machos bombados, mas sensíveis, sempre prontos e disponíveis para motivar mais um mano na sua luta tauromáquica, com a ajuda de um batidinho ou simplesmente uma palmadinha nas costas.

É bonito ver esta autêntica irmandade, que se mantém unida, mesmo depois de esquecerem-se de ajudar o amigo a levantar mais 30Kg, porque estavam a tirar uma selfie para mandar à Joquinhas, que conheceram na night.

Assim se mantém a minha motivação, sempre à cata destes ensinamentos vitais, na esperança de absorver este conhecimento infinito.

 

Namaste.