A dicotomia da franja.

Fazer franja é daquelas coisas que passa pela cabeça de uma mulher.
É um pensamento que ocorre, passa algum tempo, ocorre de novo, transformando-se pouco a pouco numa ideia concreta.
Infelizmente.
A coisa piora logo após visualizarem uma modelo boa como tudo, com uma franja catita.
O quão bem a tipa fica transforma-se num espelho (mentiroso) de quão bem elas também vão ficar.
Funciona um bocado como aquele tipo que se sabe que é um traste do pior, mas, numa noite bem regada, carentes, e sem nada melhor para fazer, é a ele que ligam para dar um saltinho lá a casa.
No próprio dia sentem-se bem, apreciam o novo look, a coisa está com um ar composto e classy.
Mas depois vem o dia seguinte. O dia em que percebem que a franja ganhou vida própria, jeitos estúpidos e vocês parecem uma menina da 4ª classe num dia extremamente ventoso.
Aí instala-se o pânico: vou meter isto para o lado direito, esquerdo? tentar meter para trás? tentar segurar com um gancho qualquer?
Cada look pior que o outro.
Chega depois a fase da frustação franjiana: porquê?!! Tu sabiiiias, tu sabias que isso ia ficar mal, foste fazer para quê?!!!
Repete comigo: lá porque uma gaja qualquer fica bem de franja, tu não ficas bem de franja.
Faz o favor a ti mesma e tira uma foto acabada de acordar, imprime e mete na carteira, coladinha ao cartão da Sanjam, caso te passe pela cabeça fazer isso a ti própria de novo.

(Nota-se muito que errei, não nota?!)