Beto que é beto...

Não sei se sou a única a reparar nisto, mas acho que não, acho que há mais pessoas incomodadas com as particularidades dos tios e tias:

Escrevem sempre em pontos de exclamação no final das frases.

Tudo Bem! Hoje está um dia óptimo! Adeus! Adoro touradas! Sou monárquico! Ou do CDS-PP! Faço jogging com o meu Labrador Salvador! Vivo num condomínio fechado! Passei férias em Vilamoura!

...

É uma canseira. Sinto que estarão sempre devidamente medicados para estarem tão expressivos em relação à realidade que os rodeia.

Outra coisa que me perturba é o beijinho solo. Ou seja, dois beijinhos é muito mainstream, tem de ser só um. Um pouco como a lógica de quando a comida cai no chão e se estiver lá menos de 5s se apanha e come. Isto dos beijos é só uma maneira de eles se sentirem mais descansados em relação ao herpes labial. Sim, porque eles não sabem o que é mononucleose.

Dentro dos betos por esse Portugal fora, há uma estirpe que se destaca: a dos betos da linha.
Beto da linha não é aquele que anda de patins, é aquele que provavelmente vive no Estoril e é do Sporting.
Estes betos em particular estabelecem as tendências de estilo em relação aos outros, que, convenhamos, não muda há coisa de 15 anos. No mínimo. Passa pelo sapatame de berloque, a T-shirt da Throtleman quando se sentem supé-informais, a calça semi-arregaçada, a camisola da Gant e as camisas Sacoor, tudo embrulhado num belo pacote de cabelinho à Foda-se e uma camisola com as mangas entrelaçadas ao pescoço.
Adiante.
Estes seres fazem parte do tradicionalismo português, não aquele que faz a malta ganhar hérnias discais à conta das vindimas, mas a das touradas e provas de vinho e concursos de cavalos.
Eu sei que este assunto está mais que batido, mas será tão estranho assim baixar em mim uma súbita vontade de pregar estalos indiscriminados quando tenho de conviver com gente desta mais que os 5m socialmente toleráveis?
Não, xuxus, não...