17.11.15

O síndrome Adele.

Diz que depois de Adele emergir do mundo dos mudos e calados, com o seu tema "Hello", 64% das mulheres que ouviram a música desataram a ligar aos ex's.



Filho, a nossa relação está mais gasta que este Motorola de 2002.


Ok, vamos por passos, até chegarmos ao momento em que concluímos que isto não costuma ser uma ideia de génio.

1. O passado ficou lá atrás. 
Pessoas, já temos chatices que cheguem. Normalmente uma pessoa torna-se ex, para que possamos partir para melhor. Deus já nos diz que o importante é amar o próximo.

2. Ele provavelmente não quer saber.
Quer tenham sido eles a fazer asneira ou vocês, remexer no passado é estar a trazer para o presente todas aquelas lembranças das vossas discussões de caca que tinham. Verdade seja dita, serão poucos os tipos com paciência para intermináveis conversas que só vão dar ao "não deu, paciência".

3. Liga apenas se quiseres ex-sex e não existirem sentimentos.
Ok, ele fazia-vos querer pendurar quadros lá em casa a torto e a direito (isto é uma clara referência ao mítico "nail you against the wall"). Desde então, navegaram por águas surumbáticas de sexo aborrecido e murchinho e, claro, têm saudades. Se ficou tudo resolvido e não há cá essa coisa de "gosto muito de ti ainda, bebé", tratem do assunto e sigam a vossa vida Adele-free.

4. Liga apenas se ambos tiverem sentimentos e tiverem sido uns grandás totós.
Há quem diga que reaquecer comida no microondas retira sabor e qualidade aos alimentos, que antes estavam no auge da sua frescura. O mesmo, felizmente, não se aplica às pessoas. Pelo menos não a todas. Só vocês podem avaliar se vale a pena passar o Cabo das Tormentas para chegar a novos locais, mas normalmente só se volta atrás para tentar ser feliz onde um dia se foi. Escusado dizer que costuma correr mal.

5. Fazer figura de idiota e sair por baixo.
Terminar com dignidade, apesar de poder doer, é uma arte difícil de dominar. A tendência é ir mexer e remexer nas lembranças, procurar culpados, sentirmos uma confusão mental total...e isso leva a que tentemos ir para aquele lugar de conforto e estabilidade. O problema é quando esse lugar já não é sinónimo de nada disso, apenas de um grande vazio. Tentar escavar o caminho para as profundezas de sentimentos passados corre como? Mal. Muitas das vezes. E com duas embalagens de Toblerone no bucho.

Por isso, ouçam antes uns Queen (I want to break free, sim?), que este "Hello", com sabor a "Goodbye".

6 comentários:

  1. Eu pessoalmente não gosto desta música dela!

    www.pensamentoseepalavras.blogspot.pt

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  2. Nada a ver: já viste a paródia à música com o Lionel Richie?

    Quanto ao resto: ri muito com essa notícia do efeitos da Adelinha. A melancolia é uma má conselheira.

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  3. É curioso que não tendo esta capacidade fascinante de escrita da Rosa Cueca, ainda hoje estava a pensar precisamente na temática redundante da Adéle. A rapariga tem atilhos pendurados com o ex! Então já se mostrava mal resolvida apregoando ao ex que não havia ninguém como ele e passado este tempo todo volta à ribalta dizendo olá ao defunto?....E maridão? Achará graça?!

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  4. Por acaso acho a musica banal. A Adele tem melhores.

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  5. 64%?! Porra mas as gajas estão parvas ou quê?! Que medo! (E o que eu me ri com essa de "amar o próximo!")

    Jiji

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  6. Ou podem sempre ouvir "Hello, Goodbye" dos Beatles; em 1967 já lá estava tudo. Astaroth

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