Um daqueles posts para zero comentários.

Há alturas em que temos de fazer uma viagem ao mais íntimo de nós. Por vezes perco algum tempo nisto, achando que vou encontrar todas as respostas que necessito. Invariavelmente começo a afundar-me em suco biliar e percebo que o melhor é deitar estas coisas cá para fora e deixar o soul searching para quando tiver 45 anos e me predispuser a ler o eat pray love.
Por isso cá vai:

Lembram-se desta menina?
Não?
É normal. Frequentemente deparo-me com situações em que só eu me lembro das coisas.
Deixem-me ajudar-vos:



Estão já relembrados? Comovidos com a história desta piquena que fugiu do orfanato?
Assim que este genérico começava, ouvia os meus amiguinhos todos a cantarolar "sonhoooo meu, sooonho meeeuuuuu". Para aquelas almas, esta menina equiparava-se a esse outro epíteto: Chiquititas. Ou seja, era intocável e ninguém podia dizer mal.

Isto marcou-me, esta sensação que ainda hoje me acompanha, de que estou rodeada de pessoas muito burras crédulas. É que não sei se se recordam, mas a menina foi acolhida por um velhinho "simpático", que lhe oferece, de toda a bondade do coração, guarida, enquanto a mãe anda entretida entre dois machos que a disputam e um ex-marido, pai da criança, neurótico e descompensado.

Primeiro: quem deixa crianças absorver toda a complexidade emocional desta novela da tarde?
Segundo: que efeitos nefastos tiveram estes episódios no subconsciente da malta?
Terceiro: Assistência Social é que foi coisa que nunca passou por aquelas cabecinhas, não?

Pffff.

E agora perguntam vocês: mas este post vai a algum lado?
Ao que a minha resposta é: obviamente que não, era mesmo só isto.

Adoro estes finais de post em que uma pessoa acha que perdeu momentos preciosos da sua vida, sem acrescentar nada de útil., ponderando que não pode ficar pior que isto.

Pode.